21.6.03

Qual a mensagem?
Vi O homem que copiava, típico filme cujo "final feliz" é esperado desde o início. O problema não é esse. É a mensagem politicamente incorreta que passa: afinal, o crime compensa? É o que parece, para quem sai do cinema satisfeito com a história de André, "operador de fotocopiadora" que acaba se transformando em um criminoso (e que sugere ser um desde a cena inicial).

É claro que o crime não compensa, e que isso fique claro. Mas o filme, que é muito bom em diversos aspectos (eu gostei muito), peca em deixar no ar a questão, fazendo com que alguns acreditem mesmo que matar, tramar, roubar, falsificar, explodir e ferir são coisas tão comuns que se tornam aceitáveis. Não o são! Talvez o filme se trate exatamente disso: uma crítica à banalização da violência, do mal.

Tudo isso é muito filosófico, mas a verdade é que desde o início do filme o espectador se sensibiliza com o drama de André e torce por ele a cada nova cena. E tudo gira ao redor de uma questão bem comum para o brasileiro médio, aproximando O homem... de uma feroz crítica social: o dinheiro, ou a falta dele. De acordo com o diretor, o gaúcho Jorge Furtado, "o dinheiro é quase um quinto personagem da história".

Por último, ficou a pulga atrás da orelha: o que foi aquela galinha dentro do armário? Se alguém conseguiu desvendar, por favor explique! Eu vou escrever pro diretor em busca de uma resposta!

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