17.6.03

"Cara de menininho"
Parem o mundo que eu quero descer!Estou estacionando o carro na garagem da casa da minha mãe. De repente, ouço alguém que tenta chamar minha atenção. Olho e reconheço uma professora, acho que do colegial. A memória não ajuda muito, mas ela vai falando e eu, me lembrando. Ela me adorava, e ficou surpresa de me rever, depois de tanto tempo, ali, no "mesmo lugar". Então, me pergunta:

- Você ainda está morando aqui?
- Não, minha mãe está.
- Quanto tempo... Uns oito anos?
- Por aí, acho (tentando fazer rápidas contas)
- Você já deve estar formado na faculdade, então...?
- Deveria, mas eu tranquei e blá, blá, blá...
- Você não mudou nada, continua com cara de menininho!
- Pois é...
...
- Então tchau...
- Tchau! Legal te ver!

Essa coisa do tempo é maluca. Quando eu era pequeno, ficava assustado quando calculava o que devia ser a idade dos meus pais. "Trinta anos? Muita coisa", pensava... E já estou quase lá! Minha mãe, que fez 55 ontem, me lembrou que quando ela for sexagenária, eu estarei beirando minha terceira década de vida. Putz! Pior: só faltam cinco anos pra isso!!!

Eu sou meio neurótico, penso o tempo todo sobre essa coisa toda do tempo. Depois dos meus traumáticos 18 (completei a maioridade internado num hospital consertando os braços que eu tinha arrebentado quatro dias antes!), o tempo não parou. É como se, de repente, os anos fossem mais curtos que os tradicionais 365 dias. Ou que os dias passassem a ter menos de 24 horas, que as horas passassem mais rápido que de costume...

E hoje estou cá, quase com um quarto de século, atropelado pelo tempo que não quer parar. Eu fico pensando assustado, ainda, em como deverá ser quando eu tiver a idade atual dos meus pais. Já acumulei tanta coisa em tão pouco tempo (24 anos é pouco, se comparados com os 55 da minha mãe!)... Imagine em cinqüenta... É muito louco pensar em tudo isso.

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