Razões que a própria razão desconhece
As pessoas têm me perguntado qual a real razão por trás da estranha renúncia do Menem à candidatura à presidência, poucos dias antes do segundo turno da disputa na Argentina. Eu pensava que o único motivo era o medo de levar uma lavada do outro candidato, Néstor Kirchner, que será a partir do fim do mês o novo presidente argentino. Isso porque as pesquisas vinham indicando que Menem perderia feio: seu adversário teria mais de 70% dos votos, ultrapassando o recorde anterior, de Perón, que em 1973 teve 61,85%.
Poderia ainda ser uma estratégia "menemista", ainda que burra, para enfraquecer Kirchner, já que analistas avaliavam que a desistência de Menem poderia prejudicar o adversário. Mas li outra coisa que me fez pensar. Menem é o ex-presidente que acabou (há cerca de um ano) de sair da cadeia. Na Suíça, ressurgiu nesta semana a acusação da existência de US$ 10 milhões em uma conta secreta sua. O dinheiro teria sido uma recompensa recebida do Irã para arquivar as investigações sobre o atentado contra a AMIA (entidade judaica argentina) em 1994, que matou 86 pessoas em Buenos Aires...
Talvez isso explique, por exemplo, a gigantesca rejeição de Menem entre universitários, em uma pesquisa do último fim-de-semana. Não sei, ao certo, o que motivou Menem à renúncia. Mas fico entre essas três possíveis avaliações. O tempo vai dizer qual delas estava certa. Ou se alguma outra, vai saber...
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