Paixão?
Fui ver o polêmico filme do Mel Gibson, A paixão de Cristo. Polêmico e violento. Como não conheço o assunto a fundo, li essa semana algumas coisas a respeito, como uma espécie de FAQ feita por um repórter da Folha, Marcio Antonio Campos, que sustenta que o filme não é anti-semita.
O filme é anti-semita. Anti-semita, sádico, provocativo e irresponsável. Como Campos mesmo afirma, o filme incentiva o ódio a judeus em mentes predispostas ao anti-semitismo, o que também é perigoso e igualmente nocivo. O texto de Campos relembra, inclusive, que o pai de Gibson pôs em dúvida, em entrevistas recentes, a ocorrência do Holocausto...
Em outro texto, também da Folha, Marcelo Negromonte, editor de Diversão & Arte do UOL, analisa o filme do ponto-de-vista técnico -e o compara com outras produções: "Como em O Senhor dos Anéis, o filme é uma adaptação bastante fiel do livro [a Bíblia], até com os 'idiomas' originais da trama, o que é bem visto pelos fãs".
Um outro texto, da AOL, me embrulhou o estômago. É assinado por Rodrigo Brancatelli, que -aliás- estudou comigo. Embrulhou meu estômago pela escolha que o repórter fez como fonte: um sujeito desclassificado, presidente de uma dissidência da preconceituosa Tradição, Família e Propriedade (TFP)... Ele mesmo nega que o Holocausto tenha ocorrido.
Não mudei minha opinião. O filme é sim anti-semita.