29.12.02

Paz-não-paz
Quase uma da manhã na Ásia. Acabo de chegar em casa. Já me desencapuzei, desluvei, desencachecolzei e desdubonizei. Peguei um ônibus perto da casa de um amigo, desci quase na universidade onde quero estudar História do Oriente Médio e vim caminhando de lá.

É uma boa caminhada, de uns vinte minutos, mais ou menos. E eu vim pensando, no trajeto... Chega uma hora em Tel Aviv na qual as ruas estão tão desertas que o silêncio chega a incomodar. E aí, quando só se ouve os próprios passos, é inevitável pensar na contradição: a calmaria em uma região tão em conflito. Nesse momento não se ouve o barulho das sirenes, da incitação palestina ao ódio, do choro de alguém que perdeu outro alguém num atentado...

Vida nova
Eu estava voltando da casa de um cara, um ex-argentino, que estudou comigo hebraico no kibutz, o Martin. Estive com ele, a namorada Maya, a Karin, americana-israelense que voltou ao país e também morou por um tempo em En Dor, e o Javier, outro argentino que conhecemos num dos passeios que fizemos. O Martin está morando em Tel Aviv, onde a namorada estuda e ele trabalha. É a vida nova -que não é nada fácil- do olê chadash (imigrante).

Também encontrei a Renatinha hoje, em Jerusalém. Está trabalhando em uma cafeteria, feliz da vida, e curtindo a vida de israelense, que começou há pouco, quando o ulpan (curso de hebraico) dela acabou. É assim: uma jornalista que trabalha servindo café, um estudante que cuida de jardins para ganhar a vida... E assim se vai construindo o país que é Israel.

Credenciado
Fui também ao Beit Agron, lá na capital, fazer meu credenciamento de jornalista, com o Gus e o Nahum. O lugar tem esse nome em homenagem a Gershon Agron, fundador do The Jerusalem Post, o maior jornal de língua inglesa de Israel. Depois de credenciados e passando muito frio em Jerusa (que fica no alto da montanha e é bem mais gelada que Tel Aviv), fomos comer uma shwarma, pra matar saudade!

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