29.3.03

Lágrimas ao som de piano
Antes de entrar no cinema para assistir ao filme O Pianista, de Roman Polanski, eu estava caminhando pelo shopping Iguatemi, onde as pessoas, curiosamente reunidas ao redor de um piano, pareciam nem se lembrar que uma guerra está acontecendo, hoje mesmo, do outro lado do mundo. Escrevo agora ao som do piano de Wladyslaw Szpilman, o pianista que dá nome ao longa. Quando o filme estava rolando, a cena se repetiu: dentro do Gueto de Varsóvia, durante a Segunda Guerra Mundial, Szpilman tocava para algumas pessoas que pareciam ignorar o que estava acontecendo lá fora -e que, ironicamente, lhes aconteceria também.

O filme não deve ser assistido por quem tem coração fraco. Não foi à toa que diversas pessoas saíram durante a projeção. Eu fiquei até o fim, ainda que muito emocionado e chorando bastante, diante de uma história real, trágica, triste, mas ao mesmo tempo tocante. Lembro-me de quando as filmagens começaram. Até escrevi a respeito. Polanski, que levou o Oscar de melhor diretor na semana passada, pedia então paciência aos moradores de Varsóvia, onde as cenas foram rodadas, dando mais precisão à história do pianista, que morreu em 2000. Enfim, é um filme que vale a pena ser assitido. Quando saí, fiquei pensando como há pessoas que ainda podem negar que o Holocausto tenha ocorrido...

Reclamação
Em tempo, a sala (pelo menos essa) do Iguatemi está péssima. Além de parecer totalmente abandonada, com cadeiras rasgadas e quebradas, está suja e tem um grave problema de isolamento acústico: quando as pessoas saem de outra sala e passam no corredor ao lado falando, atrapalham quem ainda está assistindo a algum filme. Acho que os R$ 12 que se paga no segundo cinema mais caro de São Paulo deveriam ser investidos para reformas do local... Amanhã mesmo vou escrever ao Estadão reclamando...

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