19.3.03

Estado de alerta
Está no Haaretz: Israelenses recebem ordem para abrir kits de máscaras de gás e andar com elas todo o tempo.

Na foto, jovens soldadas israelenses ajudam a selar os vidros do quarto de um idoso na Galiléia, norte do país. A prática evita o estilhaçamento de vidros em caso de bombas atingirem os prédios vizinhos.

É a ameaça de uma guerra iminente, que eu já considero impossível de não acontecer. O Saddam não vai entregar os pontos antes do início do bombardeio (ou seja, hoje!) e eu custo a crer que, mesmo depois dos mísses começarem a cair sobre seu país, ele saia. Como definiu o Heródoto Barbeiro hoje, o show vai começar.

A questão é mais delicada que isso. Saddam não vai querer parecer covarde e se entregar. Mesmo que a Rússia já lhe tenha oferecido exílio -mais por razões econômicas que por amizade-, não acredito que ele escoha ficar sob a barra da saia de Putin...

Enfim, voltando ao único país democrático naquele Oriente Médio, Israel, vale lembrar que durante a guerra do Golfo, em 1991, trinta e nove mísseis Scud foram lançados contra Tel Aviv e cidades vizinhas (muitas das quais, aliás, eu conheci quando lá estive, e onde hoje moram muitos de meus amigos israelenses e novos imigrantes). E, incrivelmente, nenhuma pessoa morreu vítima de míssil. Morreram, isso sim, mas poucos, por erro no uso da máscara, por ataques do coração etc.

Como eu já disse aqui uma vez, gostaria muito de estar lá. Essa guerra já demorou muito para acontecer. Em janeiro, quando eu estava quase voltando para o Brasil, imaginava que se ficasse mais uns dias eu iria poder acompanhar os fatos de lá. E não ser, como o jornalista Carlos Dornelles afirmou em uma entrevista recente, promovendo seu livro Deus é inocente, a imprensa não, um "correspondente de hotel". Legal mesmo é ser correspondente de guerra, no mais amplo sentido do termo. Mas algumas razões vão me deixar infelizmente longe dessa batalha que, eu acredito, será curta.

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