Já morei em tanta casa que nem me lembro mais
Estava pensando dia desses, provavelmente no banho ou no carro, que são os lugares mais produtivos de que se tem notícia, sobre os lugares onde já morei. A música do Legião Urbana me soa muito familiar! Nasci no Sumaré. Daquele apartamento, me lembro de muito pouco, como as faixas coloridas que cruzavam a sala -estilo da época (anos setenta...!).
Com alguns poucos anos, mudei para uma casa no Morumbi, onde deixávamos a luz acesa quando saíamos, para que pensassem que tinha gente em casa. Tinha nessa casa um enorme jardim, e uma piscina onde uma vez eu afoguei uma tartaruga -pobrezinha! Eu pensava que ela era adepta à água. Mas estava errado e descobri isso um pouco tarde, quando a irmã dela ficou sozinha no mundo. Essa casa, na verdade, era um verdadeiro zoológico! Tínhamos coelhos, gato, cachorro...
Quando fiz seis anos, mudamos para um apartamento no Morumbi, de onde tenho minhas melhores memórias. Lá eu cresci, virei pré-adolescente, adolescente e aborrecente! Era tímido pra caramba e isso me afastava das pessoas no colégio! Foram bons anos, em que eu não tinha medo nenhum de andar no parapeito do oitavo andar... Coisas de criança, sabe como é! Foi quando eu morava ali, contudo, que meus pais se separaram. Mas foi também onde eu aprendi a dirigir, aos 12 anos. Morei lá até 1993.
Antes, em 1992, tínhamos comprado um terreno em Alphaville. A casa que estávamos construindo ia demorar quase dois anos para ficar pronta. Nesse meio tempo moramos durante um ano no Itaim Bibi, em 1993, em um apartamento que tinha ele todo o tamanho do meu quarto no Morumbi! Foi um sufoco. Mas tenho grandes memórias desse ano, especialmente no colégio! Foi também o ano em que eu fui assaltado pela primeira vez, na esquina de casa. Tinha 14 anos.
Entre dezembro de 1993, quando venceu o contrato do apê no Itaim, e março de 1994, vivemos na casa de uma amiga da mamãe no Parque São Domingos, perto da Anhangüera. A casa ainda não estava pronta... Desse período lembro apenas de ter levado um fora de uma garota que dizia que não poderia mais ficar comigo porque "os pais não deixavam"!!!!! Foi logo depois da minha viagem de formatura da oitava, um barato!
Finalmente em março de 1994 mudamos para a casa de Alphaville, que pronta não estava, mas já se podia morar nela. Eu fiquei muito pouco tempo: exatamente há nove anos, no aniversário da minha irmã (que é hoje!), houve uma briga em família e meu pai me obrigou a morar com a minha avó. Eu estava indo mal no colégio e a distância era a maior culpada. Fui pra perto. Mas só fiquei lá uns dois meses, antes de voltar a Alphaville.
O colegial passou e no final de 1996 passei na faculdade. Alphaville, se já era longe do Paraíso, de São Bernardo do Campo era uma viagem. Eu ainda não tinha carro, então morei durante seis meses em uma república, no primeiro semestre de 1997. Dividia um apartamento com três sujeitos: um mineiro que se dizia bissexual e tinha um namorado, um santista mais velho que eu que ainda estava no colegial, e um cara do sul que fazia pós em comunicação. Não deu muito certo, embora aquele apartamento, se falasse, teria ótimas histórias pra contar!
Quando ganhei meu carro e comecei a trabalhar, em Moema, voltei a morar em Alphaville e viajava todos os dias. Isso foi até 1998, quando quase morri em um quase acidente no meio da Castelo Branco (cochilei dirigindo...). Resolvi, por essas e outras razões, mudar de lá e um primo meu ofereceu um flat, na Frei Caneca, onde fiquei dois meses. De lá não voltei pra Alphaville: fui morar com meu pai, em Higienópolis.
De fato, desde então, 1998, não saí mais de lá. Apenas durante seis meses em 2002 morei em um kibutz, o En Dor, lá em Israel. No kibutz tive dois quartos, vale dizer! Comecei morando com um argentino deprimido e mudei para um outro quarto, onde acabei vivendo com uma argentina que me amava! A festa acabou, voltei ao Brasil e desde então vivo de novo em Higienópolis. Diga lá! Vale ou não uma canção?!
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