
Ilan Ramon já tinha virado herói em seu país. Não foi à toa que o Estadão, por exemplo, ao dar o perfil póstumo dos sete astronautas, se demorou mais no do israelense:

Ramon, de 48 anos, pilotou um dos oito caças F-16 responsáveis pelo devastador ataque ao reator construído pelos franceses em Osirak, perto de Bagdá. Pelas informações dos israelenses, a unidade iria entrar em operação em duas semanas, quando começaria a produzir plutônio enriquecido para a fabricação de bombas.
A missão foi saudada como um triunfo tático dos militares israelenses. Os aviões F-16 sobrevoaram território árabe hostil durante horas. Para não serem detectados, os caças voaram numa formação tão compacta que os radares os confundiram com um avião comercial de grande porte.
O piloto mudou-se com a mulher, Rona, e os quatro filhos para o Texas em 1998, quando se juntou ao centro de treinamento da Nasa em Houston. Rona e os filhos aompanharam o lançamento do Columbia do Cabo Canaveral e voltaram ao local ontem (sábado) para assistir ao pouso. O pai do astronauta, Eliezer Wolferman, de 79 anos, esperava para ser entrevistado num estúdio de televisão de Israel na hora do acidente.
A presença de um israelense na missão levou os americanos a cercarem o lançamento do Columbia de medidas inéditas de segurança. Mas o astronauta mostrava ceticismo quanto ao risco de um ataque terrorista. “Não acho que tenhamos qualquer interesse especial para eles”.
O piloto, cujas mãe e avó sobreviveram ao campo de extermínio de Auschwitz, encarava a missão espacial como uma oportunidade de homenagear as vítimas do Holocausto. Ele levou para o espaço um pequeno desenho feito a lápis, intitulado Paisagem Lunar, feito por uma garoto judeu de 14 anos, Peter Ginz, morto em Auschwitz.
Mas quem mais lindamente falou do tema, com o coração, foi o Nahum, lá de Tel Aviv. Vou me calar e deixar aqui as palavras dele: "O país passou da felicidade para a tristeza. O choque foi como de perda de uma esperança".

Mas a Betina, lá de Raanana, me mandou essa imagem linda, feita do Columbia, lá do espaço, durante essa operação, onde se pode ver, sim, o Oriente Médio e, com um pouco de boa vontade, o minúsculo país que é Israel.
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