Pausa
Subir ao 49o. (e último) andar das torres Azrieli, em Tel Aviv, provavelmente o mais alto prédio visitável de Israel, pode ser um programa romântico, uma boa opção turística. Mas pode ser uma oportunidade de olhar lá pra baixo, do silêncio de lá de cima, e ver a loucura da correria, dos carros se enfileirando, das pessoas apressadas, dos semáforos mudando de cor incessantemente, do trem que vem e vai, dos ônibus parando a cada cem metros. E, em contraste, do Mediterrâneo tranqüilo no horizonte, jogando suas águas contra a orla do inverno telavivense.
Fiz isso hoje, e foi de fato uma oportunidade (*). Mesmo não sendo permitido - não deve ser! -, encostei a cabeça no vidro, olhei lá pra baixo (como o Ferry fez em Curtindo a vida adoidado!) e fiquei pensando na vida. Uma pausa, merecida pausa. Tel Aviv é cidade grande, em quase nada se diferencia de São Paulo. Tem, como notei hoje, até motoqueiros, amontoados nos sinais vermelhos. É uma loucura diferente da de Jerusalém, totalmente diferente. Outro mundo, outra temperatura, outras roupas, outras caras, outro ambiente.
E lá o sol se esconde no mar, escurecendo os prédios todos brancos e todos iguais. No escuro, a cidade branca fica ainda mais bonita. As luzes dos escritórios se acendem, as pistas se transformam em faixas brancas e vermelhas. E, chegada a hora de descer, volto para o caos organizado da cidade grande israelense. Quarenta e cinco minutos mais, estaria em Jerusalém...
(*) Glossário
Oportunidade, de acordo com o Minidicionário Aurélio que me acompanha desde a 6a. série B, é "ocasião oportuna". Oportuno, explica Aurélio, é "que vem a tempo, a propósito, apropriado". Não usei esse termo à toa!
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