Fundamentalismos
Foi um dia de falar de fundamentalismos. Falar, ver, pensar. Eu conto: no trabalho, o Ramat Rachel de sempre, rolou um casamento. Como em muitos casamentos, houve convidados ortodoxos e, como manda a lei judaica, eles e elas se sentam separados. Na hafsaká, quando me encontrei com um dos garçons na cozinha, ele comentou que achava um absurdo as exigências que os caras faziam. Coisas do tipo "existe uma passagem até o banheiro [para que eu não precise andar no meio das mulheres]?" ou "os copos foram 'cozidos'?"
Como bem resumiu o Fabio, o garçom que me contou o absurdo, com tantos problemas no mundo, crise em Israel etc, como esses caras podem se preocupar com coisas tão banais? O que mais me chamou a atenção nisso foi ouvir essas palavras de um cara religioso. Se fosse um laico típico israelense (nem israelense ele é, na verdade é brasileiro!), eu acharia normal - os israelenses odeiam os ortodoxos por muitos motivos, e eu concordo com muitos deles, embora não odeie ninguém!
Outra coisa que também rolou hoje, ainda falando de fundamentalismos, foi ver um vídeo terrível da degola de prisioneiros do Nepal no Iraque. O fato ocorreu já faz tempo. Mas eu estava revendo meus emails quando resolvi abrir um link e ver as cenas, terríveis, chocantes. Pensei em colocar o link aqui, mas desisti. Não vale a pena, só faz virar o estômago. Fiquei com as cenas o tempo todo no trabalho, porque assisti antes de sair... Em vez delas, ponho aqui os comentários do Nahum a respeito.
E hoje foi dia de relembrar o aniversário de 60 anos da liberação do campo de extermínio de Auschwitz. A CNN, hoje, falou bastante do assunto. Prometeu passar um especial a respeito ainda hoje, mas eu não vi porque estava no trabalho. O que eu vi, à tarde, foi uma muito boa matéria com um sobrevivente, que voltou ao local com as câmeras da rede de TV ligadas. No link tem vários vídeos com sobreviventes. Enfim, mais do mesmo: lembrança de outro tipo de fundamentalismo...
E, assim, mais um dia se vai. Como o dia, estou acabado. Que mundo o nosso...!
Glossário
Hafsaká, essa palavra mágica, uma das primeiras que se aprende em Israel, significa intervalo. Tem a mesma raiz de maspik, que quer dizer "basta", "suficiente"! O legal do hebraico é ser uma língua lógica! Todas as palavras se relacionam através de raízes!
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