28.1.04

Pertencer
Existe um sentimento entre os israelenses -que não é meu, mas que tenho notado- de como é importante fazer o Exército, os dois anos para as garotas, ou os três para os meninos, para sentir-se parte da sociedade, de fato. Ouvi certa vez que é desse período que os israelenses levam os verdadeiros amigos -aqueles para sempre- e não da escola ou da universidade, como no Brasil.

Senti isso mais forte hoje, na cerimônia do fim da tironut. As garotas fardadas que estavam lá, todas com dezoito anos ou um pouco mais, acabam de entrar para a tzavá. Estavam fechando a primeira fase de treinamentos, de quase três semanas. Eram novatas. No ato, realizado em uma base perto de Gaza sobrevoada por jatos F-16, elas não pareciam nada novatas...

A cerimônia foi bem simples -e emocionante: juramento de fidelidade por Israel, entrega de armas, tiros e uma saudação aos comandantes de cada grupamento. No fim, o hino israelense, HaTikvá ("esperança"), saído do fundo do coração daquelas recrutas.

Depois, o mais tocante, as meninas, como se ainda fossem crianças, correm para abraças as famílias, que até aquele momento só assistiam, de longe, com câmeras fotográficas e filmadoras, binóculos e lágrimas. Correm mesmo. E esses encontros, pipocados cá e lá entre a família orgulhosa e a soldada dão a exata noção do que representa essa fase.

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