4.1.04

Identidade
Não há lugar no mundo onde se possa entender o significado de "identidade" como em Israel. Senti isso desde que cheguei aqui, caminhando pelas ruas, conversando em diversos idiomas com as pessoas e especialmente na festa da virada, porque eu tinha comigo uma bandeira gigante do Brasil (emprestada pelo Michel) que chamava a atenção de todo mundo.

É claro que somos mais nacionalistas e patriotas fora do nosso país do que lá mesmo. Eu não me vejo enrolado em uma bandeira do Brasil em uma festa de reveillon passada em São Paulo, por exemplo. Pareceria um total idiota. Aqui, ao contrário, o efeito foi sensacional. Duas razões: 1) os israelenses amam o Brasil e 2) quem não é israelense também!

Por causa da bandeira conheci duas garotas portuguesas, de Lisboa, que estavam na festa. Uma delas está vivendo em Paris, ironicamente cursando o programa Erasmus de intercâmbio entre países europeus, do qual se trata o filme Albergue espanhol, sobre o qual eu já tanto falei...

Por causa da bandeira conhecemos uma americana, norte-americana, cujos pais são brasileiros. E ela disse, entre embriagada pela bebida barata (na qualidade, não no preço!) da festa e a excitação pelo ano novo, que adora essa mania brasileira de andarmos adornados com "coisas brasileiras"!!

Por causa da bandeira alguns israelenses que passaram pelo Brasil quando terminaram o Exército vieram falar conosco! E por causa não só da bandeira, mas da empolgação característica dos brasileiros, no momento da virada estávamos ao vivo aparecendo na TV para todo o país, gritando, pulando, nos abraçando, fazendo farra!

E nem éramos todos brasileiros! Havia brasileiros da Argentina, da Venezuela, do Chile, do Uruguai... Todos querendo se enrolar na bandeira verde-amarela!

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