as plantas e os animais e, assim por diante,
durante cada dia até chegar no sexto dia.
(...)
E ao final do sexto dia criou D-s o sétimo, o
Shabat, para o homem descansar.
O Shabat tem, para mim, um sabor especial. No Brasil, cada sexta-feira é dia de ir à sinagoga (coisa que eu nunca conseguiria fazer em qualquer outra ocasião), de rezar ouvindo de olhos fechados o chazan (cantor litúrgico) entoando as rezas do descanso, e de encontrar as pessoas que se perdem durante a semana.
É verdade que os meus shabatot estão longe do que eu considero ideal (mas sempre estão distantes os nossos ideais!). O meu ideal para o dia do descanso é passá-lo em família, com agitação contraditória, comida da avó, fofocas sobre os primos, revelações de última hora. E, depois disso tudo, esmoecer cansado diante das velas que resistem e parecem só se apagar sob mágica...
Em Israel, contudo, o gosto do Shabat é diferente, mais "amargazedo", o gosto da imposição religiosa minoritária sobre uma maioria laica. É assim, se tratando de um Estado religioso, afinal. Durante o Shabat a rotina do país muda radicalmente. Tudo fica mais lento, mais silencioso, mais calmo.
Não reclamaria se, claro, tivesse um carro e não precisasse depender, para ir e vir, de condução pública -que pára entre a primeira estrela da sexta e a primeira do sábado. Ou se eu tivesse já o costume de me preparar para o descanso que eu mesmo não faço... Ou se eu não ficasse, no dia que é importante para quem o segue, largado na cidade laica e urbanóide -coisa que não combina com o Shabat.
Mas eu não reclamo, mesmo assim. Shabat é um dia especial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário