2.1.03

Um passeio pelo país
Mochila nas costas, câmera preparada, algum dinheiro no bolso, disposição de sobra. Essa é parte da fórmula para uma viagem de um dia para o norte de Israel. O que fica faltando, pra ser perfeito, é um sistema ferroviário de qualidade, com pontualidade e segurança. Se é de Israel que falamos, a fórmula está perfeita. E deu certo: fui com o Gus para Haifa, a partir da estação Universita, uma das três de Tel Aviv, e, depois de passear pela terceira maior cidade do país, fomos para o quase-Líbano, Naharia. Tudo de trem. Tudo muito rápido, eficiente, organizado.

De como um segurança pode ser mais que um segurança...
Se teve alguma coisa chata -e teve-, foi a forma como me pararam na entrada da primeira estação de embarque, em Tel Aviv. Como sempre, desconfiaram da minha cara de árabe. A barba de hamasnik não ajuda: é batata! Eu chego, me param. Algumas vezes de forma educada. Outras, não. Hoje me barraram na entrada da estação e fizeram um interrogatório. De onde venho, para onde vou, de onde sou, o que faço em Israel, por que sei hebraico, blá, blá, blá...

Eu ando sem o passaporte, por instrução da Lishcat Ha Itonut Ha Memshalatit ('escritório de imprensa do governo'), que emitiu minha credencial, meu único documento em Israel. Não bastou para o cara... E aí começou uma discussão em hebraico... Fiquei puto, mas gostei a beça de praticar e brigar em ivrit! Tô podendo!!! Agora o Nahum, que além de jornalista e hospedeiro é também professor, me disse que vale a pena nessas horas falar em inglês. Lição anotada...

De volta aos trilhos
Passou que, então, tudo correu bem. O cara se convenceu que de árabe eu só tenho a cara e a barba e me deixou embarcar. E daí, fomos a Haifa, com o trem bom do qual já falei. Lá, andamos de Carmelit, uma espécie de "metrô-teleférico" que sobe o monte Carmel (olha aqui eu na porta!). Vimos de cima os jardins BaHai e caminhamos até encontrar o teleférico que desce até o YotVatá, onde almoçamos.

Voltamos para o trem, embarcamos para Naharia. Chegamos de noite, mas deu pra ver as luzes do Líbano, que fica dali doze quilômetros. E visitamos amigos que conhecemos da Internet, como a Gladis, religiosa de mente aberta com quem falamos de drusos, de árabes, de viver tão perto do Líbano e de ser "cada um na sua" em relação à religião. Na foto, comigo, ela, o irmão André, também religioso, e o marido Chagai.

Nove e pouco da noite sai o último trem de Naharia para Tel Aviv. E nove e pouco significa nove e pouco, nem um minuto a mais, nem um a menos. A chegada também tem horário previsto e cumprido. E assim foi. O que eu gosto de Israel, entre muitas outras coisas, é essa facilidade que se tem de viajar por boa parte do país em uma one-day-trip. Claro que o tamanho ajuda...

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