16.2.05

O de sempre?
O personagem Aroma do dia, ontem, foi um simpático casal de velhinhos. Chegaram cedo, sentaram em uma mesa de canto, tranqüilos. Ela se pôs a bordar; ele a fazer palavras-cruzadas em hebraico. E tomando café Aroma, claro. Quando eles chegaram e ele foi fazer o pedido, perguntou pra ela o que ia querer. Ela disse algo em um murmúrio e ele captou, respondendo: "Ah, o de sempre, né?" Adoro essa coisa de cumplicidade entre os casais, raramente vistas entre os mais novos na idade e no tempo de relacionamento.

Hoje fiz algo que há muito não fazia: comprei uma baguete no supermercado e fui comendo no caminho, como quando era criança e minha mãe fazia compras de mês no Carrefour. Dentro do carro, na volta, o cheiro do pão quentinho era irresistível. Raramente as baguetes chegavam inteiras em casa. De fato, só as migalhas! Hoje caminhei uns cinco quilômetros comendo a baguete - não tenho carro, já sabemos!

Mas o que me irritou muito foi a chutzpá da russa que trabalha no caixa do supermercado onde comprei, além da baguete, algumas das dicas de vocês no post anterior. Enquanto eu embalava as compras, o sujeito que vinha atrás na fila perguntou se ela falava inglês. Ela respondeu, em hebraico, que "estamos em Israel, aqui não se fala inglês". Não resisti e disse ao cara, em inglês: "ela quer dizer que aqui se fala russo, nem inglês, nem hebraico"! Eize chutzpanit!

Glossário
Chutzpá pode ser trazudida por uma palavra bem precisa no português: atrevimento. E chutzpanit é "insolente", no feminino - a pessoa que tem a chutzpá de dizer coisas como as que aquela sujeitinha disse! Eize chutzpanit significa, simplesmente, "que insolente"!

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