
Ela surgiu do meio do nada, de camiseta cor-de-laranja, cabelo comprido. Foi o que deu pra ver. De repente, o susto, a fuga dela, assustada, a minha reação, uma freada e a batida -tinha jogado meu carro contra a calçada para desviar dela.
Parei, desci do carro. A música voltou a tocar. Ela tinha sumido. As pessoas ao redor, menos atônitas que eu, estavam igualmente inconformadas e me diziam isso. Me mostraram que eu não teria tido culpa. Mas elas não viram o que eu vi, ali de dentro do carro. E se eu tivesse piscado naquele instante...?
Merda. Pelo susto, pela irresponsabilidade da garota, pela batida, pela roda que ficou amassada. E pela possibilidade que temos, vivendo em uma cidade como São Paulo, de virar assassinos ou um corpo no chão. Merda.
Atravesse na faixa.
Ela está ali para você!
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