Piados no concreto
São três da manhã, pouco mais que isso. No silêncio desse horário consigo ouvir duas coisas: o tec, tec, tec do meu teclado e um piado distante de algum passarinho perdido em meio ao concreto da cinzenta São Paulo. Eles não cessam -nem o teclado, nem o piado.
Adoro esse silêncio, esse horário, olhar pela janela e ver as poucas e distantes luzes ainda acesas. Adoro contemplar a paisagem urbana com um contrastante silêncio rural. Daqui de cima, do 18º andar, vejo o perfil gélido dos prédios no horizonte poluído; ouço quase nada.
Agora um avião sobrevoa São Paulo. Para onde estará indo? De onde estará vindo? Que histórias leva com ele?
O piado e o teclado. O avião já está longe.
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