De volta ao kibutz
O programa do fim de semana foi uma volta ao passado, em alguma medida: visitar o kibutz En Dor, onde morei em 2002 durante os seis meses mais decisivos da minha vida. E, lá, rever as pessoas que conviveram comigo. Muitas na mesma, paradas no tempo. Outras totalmente diferentes. O tempo passou...
A verdade é que a visita, dessa vez com a namorada, foi diferente da que fiz ano passado, sozinho. Não só pela namorada, mas porque dessa vez não fiquei com aquela impressão azeda de que a música tem razão ao dizer que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Não será, isso é certo. Mas diferente pode ser melhor, nem sempre pior. Vi quem importa e quem se importa. E bastou.
Fim do shabat, hora de voltar pra capital, pra vida real. E de deixar pra trás, sabe-se lá por quanto tempo, de novo, aquele pedacinho de Israel que foi onde o amor por esse país começou a surgir, em meio ao cheiro de merda de vaca ao amanhecer e trabalhando no jardim alheio.
Demorou, mas me dei conta de que saudade não precisa ser só de pessoas ou de locais, mas também de um tempo que representou muito na vida da gente. Guardo En Dor no coração porque aqueles seis meses foram muito importantes pra mim. Decisivos, como eu disse. Talvez eu nunca estaria aqui hoje se não tivesse estado lá em 2002...
Glossário
Kibutz é uma comunidade basicamente agrícola em que vivem pessoas dentro de um sistema socialista. Essa definição não mais se aplica aos kibutzim atuais. Dos 270 existente em Israel com esse nome, os que realmente sobreviveram são sustentados pelo capitalismo! Os outros viraram grandes "bairros", apenas. E privatizaram tudo. En Dor é um exemplo da segunda categoria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário