Tour em zona A
Estive na semana passada na cidade de Kalkilia, arabe. Nao na cidade, mas perto o suficiente para diferenciar telhados de domos. E perto o bastante para ver a cerca de seguranca que vai sendo construida pela Cisjordania. E estive com outros jornalistas, um alemao e um suico, ciceroneados, nos tres, por representantes do porta-voz do Exercito israelense. Uma coletiva de imprensa, por assim dizer.
Depois de conhecer de perto a cerca - que so em 5 por cento do seu trecho eh muro, por representar ameaca para estradas - fomos para um checkpoint. Trata-se, para quem nao ve CNN, de um ponto de passagem e checagem entre o que um dia serah o Estado palestino e a atual Israel. Quem sai nao eh checado, quem entra sim, naturalmente. Vai-e-vem normal, como em um pedagio, como em uma portaria. Documentos, perguntas, revistas.
O passeio terminou na central de inteligencia da cerca de seguranca. Por fora parece um acampamento improvisado. Por dentro, computadores e cameras vigiam cada centimetro de seus muitos quilometros. Sensores posicionados na cerca avisam se alguem a tocou, se apoiou algum peso, se tentou escala-la, se tentou corta-la. Diante dos computadores, como se fossem criancas jogando algum game de ultima geracao, jovens soldados, mais jovens que eu.
Na volta, o jornalista alemao, que estava de carro, me deixou em Kfar Saba. A distancia entre Kalkilia e a cidade israelense eh assustadoramente pequena. Tao pequena que, sem a cerca, um terrorista poderia chegar ate la a pe em meia hora. Nao eh um exemplo retorico. O suicida que matou mais de vinte jovens em junho de 2001 em uma danceteria na praia saiu de Kalkilia. Andou ate um cruzamento, que fica do lado de ca da cerca (na epoca inexistente) e tomou um taxi para Tel Aviv. Ele nao foi o unico.
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