Esse negocio de politica do Oriente Medio...
A coisa ta assim: o Arafat ta no morre-nao-morre (pra mim, e nao so pra mim, eh o Tancredo Neves dos palestinos, so estao esperando definicoes do que vem para contar pra todo mundo o que todo mundo ja sabe); o Bush ganhou nos EUA (e ha quem diga que se ele ganhasse ou se a vitoria fosse do Kerry, daria no mesmo pra Israel); o Sharon aprovou na semana passada o plano de desconexao (e ele vai ter que ser aplicado na pratica, sair do papel)...
Quero fazer uma pausa aqui para contar uma historia. Meu pai eh leitor voraz de jornal. Bem mais que eu, confesso! E, alem de leitor, recortador. E eu tenho comigo um recorte amarelo da Gazeta Mercantil de 18 de junho de 1991, de portanto treze anos atras, que ele me deu. O titulo da materia destacada pelas dobras na pagina do jornal eh Jerusalem se prepara para o futuro, um texto de Colin Amery, do Financial Times.
Bom, hoje estava relendo o recorte. E, la no meio (e com isso vou encerrar a pausa e ligar as coisas), Amery dizia assim: Mas Jerusalem eh hoje o centro de problemas politicos que ameacam empanar suas conquistas urbanas. O prefeito Kollek eh sabio quando corajosamente aponta, como fez no tributo a seu aniversario no Knesset, que Israel estah errado em tentar aferrar-se aos terrirorios ocupados e governar mais de 1,5 milhao de arabes.
"Isso so pode terminar mal" disse Kollek; "ou deixaremos de ser um Estado judeu ou deixaremos de ser uma democracia".
Eh isso. Agora, os dados estao rolando. E o texto de treze anos atras eh atual, de novo. O que vai ser ninguem sabe. Poucos arriscam previsoes futuristas. Os que arriscam, estao sujeitos ao erro. Eu nao quero arriscar (mais) previsoes porque o risco do erro me incomoda. E porque nao cabe a jornalistas fazer previsoes, mas viver delas quando ja tiverem virado fatos.
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