Amigos
Não sei se já contei aqui que depois de assistir, em Israel, a Minha vida sem mim, fiz uma lista das coisas que quero fazer antes de partir para o Oriente Médio "de vez". Uma delas, lá no topo, é "passar mais tempo com meus amigos". A conseqüência inevitável disso vai ser passar menos tempo no blog e no MSN... E ontem coloquei em prática essa determinação de últimos meses no Brasil! Podem me chamar de maluco, mas fui ver, de novo, Albergue espanhol, na Hebraica. E fui com muitos dos meus amigos de infância! Depois, encontrei mais amigos e fomos a um bar... Existe uma coisa sensacional e deliciosa em sentar num bar com amigos de dois, cinco, dez anos e ficar relembrando das coisas maravilhosas ou ridículas que já fizemos juntos.
Hoje vou a Campinas, cumprir outra das minhas determinações: "passar mais tempo com a minha irmã"!
Eu na TV
Ano passado na Metodista fiz uma matéria para a disciplina de telejornalismo. Era sobre uma pesquisa que dizia que mais de 60% dos brasileiros acham que Aids não mata. A matéria, que mostra a minha falta de talento para a TV, foi escolhida para um piloto do site da faculdade. Como é um piloto, a matéria está sem os GCs, os títulos dos entrevistados... Sou muito corajoso de colocá-lo aqui...!
Baseado em fatos reais...
Diretamente de 31.78/35.22, mais conhecida como Jerusalém, escrevo para quem quiser ler - um pouco da vida e do dia-a-dia de um sujeito perdido em Israel.
29.2.04
27.2.04
Breno
Tem foto nova do meu irmão no álbum dele. Por favor não se apaixonem (muito!). O irmão dele é muito ciumento (embora não tenha aqueles olhos...)!
Tem foto nova do meu irmão no álbum dele. Por favor não se apaixonem (muito!). O irmão dele é muito ciumento (embora não tenha aqueles olhos...)!
Descanso
Já é sexta-feira. Amo as sextas-feiras (ainda que as próximas 20 sextas serão passadas na faculdade em aulas de produção e edição de textos para revistas, e não na sinagoga). Shabat Shalom, do moço aqui!
Eu sou um cara fascinado pela novidade.
Já é sexta-feira. Amo as sextas-feiras (ainda que as próximas 20 sextas serão passadas na faculdade em aulas de produção e edição de textos para revistas, e não na sinagoga). Shabat Shalom, do moço aqui!
Eu sou um cara fascinado pela novidade.
Inspiração
Diz-se que na internet tudo se copia. Comigo é diferente. Na internet (quase) tudo me inspira... Fonte de inspiração, uma delas, é a Ana, lá da capital! Inspira com o trecho de um poema dela, chamado Poema para Raul Zurita. Diz ela: "É chileno, dos 'poetas sujos latino-americanos', 'poetas marginais', mas cheios da grana, que quando em depressão vão pra França curar os males".
O poema está no blog dela. O trecho é esse:
Y si la muerte es segura
Ama como nunca
Que el amor es urgente
La vida es urgente.
A Ana me inspira também com os posts dela. Um deles, que acabei de ler, fala de como o tempo muda o nosso olhar. Viajei para Israel com dois passaportes, um de 1998, outro do ano passado. Fiz isso porque tenho vistos e carimbos no velho que não vale mais... E andei pensando, comparando as duas fotos, terríveis, no que a Ana disse lá. Tirem suas próprias conclusões...!
Diz-se que na internet tudo se copia. Comigo é diferente. Na internet (quase) tudo me inspira... Fonte de inspiração, uma delas, é a Ana, lá da capital! Inspira com o trecho de um poema dela, chamado Poema para Raul Zurita. Diz ela: "É chileno, dos 'poetas sujos latino-americanos', 'poetas marginais', mas cheios da grana, que quando em depressão vão pra França curar os males".
O poema está no blog dela. O trecho é esse:
Ama como nunca
Que el amor es urgente
La vida es urgente.
A Ana me inspira também com os posts dela. Um deles, que acabei de ler, fala de como o tempo muda o nosso olhar. Viajei para Israel com dois passaportes, um de 1998, outro do ano passado. Fiz isso porque tenho vistos e carimbos no velho que não vale mais... E andei pensando, comparando as duas fotos, terríveis, no que a Ana disse lá. Tirem suas próprias conclusões...!
26.2.04
Voltar
O fuso já nem está afetando muito meu estômago e meu sono. Voltei a dirigir meu carro -estava com saudade desse ritual de quase não sair de primeira marcha, buzinaços e buracos. Abri a janela do meu quarto, hoje de manhã, e me choquei, num primeiro instante, com o caos cinza -depois me acostumei de novo e sorri. Ouvi muito português -na rua, em casa, pelo telefone.
Escrevo agora da faculdade, na minha janela. Estou contente. Minha orientadora do TCC, o trabalho de conclusão de curso, que já vinha sendo feito desde a metade do semestre passado, foi mantida. É uma pessoa de quem eu gosto muito. Houve a ameaça, semanas atrás, de que ela sairia da orientação. Seria um retrocesso no meu trabalho à toa. Estou contente.
Revi amigos, também. Gente com quem já estudei, ano passado ou três anos atrás. Matamos saudades, nos abraçamos. Conversei com eles, ouvi e contei novidades. Em português...! O mesmo idioma, as mesmas gírias, as piadas que todos entendemos...
É bom estar de volta, afinal.
Contato
E já estou com o meu celular, o 8233... Em casa, ainda não. Preciso comprar um aparelho. Minha irmã levou o que eu tinha (e a geladeira) pra casa dela em Campinas... Além do celular, tenho ficado quase o dia todo no MSN...
O fuso já nem está afetando muito meu estômago e meu sono. Voltei a dirigir meu carro -estava com saudade desse ritual de quase não sair de primeira marcha, buzinaços e buracos. Abri a janela do meu quarto, hoje de manhã, e me choquei, num primeiro instante, com o caos cinza -depois me acostumei de novo e sorri. Ouvi muito português -na rua, em casa, pelo telefone.
Escrevo agora da faculdade, na minha janela. Estou contente. Minha orientadora do TCC, o trabalho de conclusão de curso, que já vinha sendo feito desde a metade do semestre passado, foi mantida. É uma pessoa de quem eu gosto muito. Houve a ameaça, semanas atrás, de que ela sairia da orientação. Seria um retrocesso no meu trabalho à toa. Estou contente.
Revi amigos, também. Gente com quem já estudei, ano passado ou três anos atrás. Matamos saudades, nos abraçamos. Conversei com eles, ouvi e contei novidades. Em português...! O mesmo idioma, as mesmas gírias, as piadas que todos entendemos...
É bom estar de volta, afinal.
Contato
E já estou com o meu celular, o 8233... Em casa, ainda não. Preciso comprar um aparelho. Minha irmã levou o que eu tinha (e a geladeira) pra casa dela em Campinas... Além do celular, tenho ficado quase o dia todo no MSN...
24.2.04
sem acentos (e se houver algum erro, eh culpa do teclado alemao!)
Exausto
So agora, dez para as nove da noite na Alemanha, meu voo, o LH 502, apareceu no quadro de partidas. Estou tao cansado que, sem brincadeira, ja estava torcendo para que o voo tivesse um atraso para amanha, de forma que a Lufthansa seria obrigada a me pagar um hotel para eu dormir com conforto... Ja encostei em diversos lugares, mas a preocupacao com os documentos (e com o horario que nao passa...) nao dao muita chance de descansar de verdade. Quatorze horas eh muita sacanagem... Dormir no aviao tambem vai ser aquele perrengue... Enfim, estou aproveitando a internet gratis oferecida pela Samsung no aeroporto, vou checar emails e vou para o portao de embarque, mesmo ainda faltando um bocado de tempo. Ate Sampa.
Li, se voce ler isso, saiba que pensei em te ligar. Mas sou tao imbecil que deixei o seu telefone na minha agenda (e a agenda, na mala que eu despachei em Tel Aviv). Linda, boa viagem e muita sorte. Te amo. Escreva de la, ok? Se cuida.
Exausto
So agora, dez para as nove da noite na Alemanha, meu voo, o LH 502, apareceu no quadro de partidas. Estou tao cansado que, sem brincadeira, ja estava torcendo para que o voo tivesse um atraso para amanha, de forma que a Lufthansa seria obrigada a me pagar um hotel para eu dormir com conforto... Ja encostei em diversos lugares, mas a preocupacao com os documentos (e com o horario que nao passa...) nao dao muita chance de descansar de verdade. Quatorze horas eh muita sacanagem... Dormir no aviao tambem vai ser aquele perrengue... Enfim, estou aproveitando a internet gratis oferecida pela Samsung no aeroporto, vou checar emails e vou para o portao de embarque, mesmo ainda faltando um bocado de tempo. Ate Sampa.
Li, se voce ler isso, saiba que pensei em te ligar. Mas sou tao imbecil que deixei o seu telefone na minha agenda (e a agenda, na mala que eu despachei em Tel Aviv). Linda, boa viagem e muita sorte. Te amo. Escreva de la, ok? Se cuida.
sem acentos (e se houver algum erro, eh culpa do teclado alemao!)
Europa
Estou em Frankfurt. Faz um frio do cao. Minhas maos estao congeladas, esqueci as luvas em Israel...! Mas o passeio pela cidade, embora caro, estah sendo bastante legal. Comecou bem, quando fui pedir informacoes no aeroporto e a mulher tinha uma bandeira do Brasil pregada no uniforme: eh paulista e estah vivendo na Alemanha. Tem um sotaque muito engracado, mas me orientou sobre como me mover por aqui. E ainda trocamos emails.
Andei pelas principais atracoes e depois de escrever esse post voltarei para o aeroporto. Sao quatro e meia da tarde. Meu voo sai em seis horas, ainda, mas o frio vai apertar mais... A cidade eh linda, como a maioria das cidades europeias, com muita historia em cada esquina. Mas eh muito fria -nao so na temperatura, mas pelo fato de que quase nao ha pessoas na rua.
Mesmo assim, tive sorte com as pessoas com quem cruzei. Apesar de terem imagem de fechados, de antipaticos, os alemaes (ou pelo menos esses com quem conversei, nao quero ser acusado de generalizacao...) sao todo o contrario: simpaticos, tem vontade de ajudar (quando cheguei nao falava nenhuma palavra em alemao, agora so falo uma, Danke!), sao acolhedores...
Estive no Museum für Moderne Kunst, o museu de arte moderna de Frankfurt. Gastei um tempao la (e pouco dinheiro, gracas a minha carteirinha da faculdade...). Estah rolando uma exposicao sobre o Andy Warhol, Time capsules. Muito boa, com objetos que ele guardou durante sua vida e que foram revelados agora. E la, tambem, vi uma montagem muito interessante: o filme Mogli em nova versao: cada personagem falando um idioma, incluindo portugues, hebraico e arabe! Uma torre de Babel em que todos se entendem. Da o que pensar!
Estive tambem em um restaurante de comida alema otimo. Caro, mas otimo. Valeu a pena. Vou agora para o aeroporto e as seis da manha de amanha chego em Sampa. Boa viagem para mim.
Europa
Estou em Frankfurt. Faz um frio do cao. Minhas maos estao congeladas, esqueci as luvas em Israel...! Mas o passeio pela cidade, embora caro, estah sendo bastante legal. Comecou bem, quando fui pedir informacoes no aeroporto e a mulher tinha uma bandeira do Brasil pregada no uniforme: eh paulista e estah vivendo na Alemanha. Tem um sotaque muito engracado, mas me orientou sobre como me mover por aqui. E ainda trocamos emails.
Andei pelas principais atracoes e depois de escrever esse post voltarei para o aeroporto. Sao quatro e meia da tarde. Meu voo sai em seis horas, ainda, mas o frio vai apertar mais... A cidade eh linda, como a maioria das cidades europeias, com muita historia em cada esquina. Mas eh muito fria -nao so na temperatura, mas pelo fato de que quase nao ha pessoas na rua.
Mesmo assim, tive sorte com as pessoas com quem cruzei. Apesar de terem imagem de fechados, de antipaticos, os alemaes (ou pelo menos esses com quem conversei, nao quero ser acusado de generalizacao...) sao todo o contrario: simpaticos, tem vontade de ajudar (quando cheguei nao falava nenhuma palavra em alemao, agora so falo uma, Danke!), sao acolhedores...
Estive no Museum für Moderne Kunst, o museu de arte moderna de Frankfurt. Gastei um tempao la (e pouco dinheiro, gracas a minha carteirinha da faculdade...). Estah rolando uma exposicao sobre o Andy Warhol, Time capsules. Muito boa, com objetos que ele guardou durante sua vida e que foram revelados agora. E la, tambem, vi uma montagem muito interessante: o filme Mogli em nova versao: cada personagem falando um idioma, incluindo portugues, hebraico e arabe! Uma torre de Babel em que todos se entendem. Da o que pensar!
Estive tambem em um restaurante de comida alema otimo. Caro, mas otimo. Valeu a pena. Vou agora para o aeroporto e as seis da manha de amanha chego em Sampa. Boa viagem para mim.
23.2.04
Tic, tac, tic, tac, tic, tac...
É quase meia noite em Israel. Meu vôo sai em 5 horas e meia. Tenho que estar no aeroporto em três. Enquanto minha carona não chega, fico meus últimos minutos na internet. São os piores. Discuto sionismo com o Fabio e com o Nahum. E tenho um papo mais ou menos assim:
Eu: Fechei a mala, tomei um banho...
Ela: Hummmm...
Eu: Agora estou só esperando a carona!
Ela: Não vai dormir?
Eu: Dormir??????????
Ela: É! As pessoas normais dormem... Descansam... Deitar e fechar os olhos, sabe?
Eu: Então... Eu vou ter 29 horas pra isso...
Ela: Ah, sim! 17 mil km...
Eu: Pois é! São 5 horas até a Alemanha, 14 horas na Alemanha, 10 horas até o Brasil...
Saco. Haja livro.
É quase meia noite em Israel. Meu vôo sai em 5 horas e meia. Tenho que estar no aeroporto em três. Enquanto minha carona não chega, fico meus últimos minutos na internet. São os piores. Discuto sionismo com o Fabio e com o Nahum. E tenho um papo mais ou menos assim:
Eu: Fechei a mala, tomei um banho...
Ela: Hummmm...
Eu: Agora estou só esperando a carona!
Ela: Não vai dormir?
Eu: Dormir??????????
Ela: É! As pessoas normais dormem... Descansam... Deitar e fechar os olhos, sabe?
Eu: Então... Eu vou ter 29 horas pra isso...
Ela: Ah, sim! 17 mil km...
Eu: Pois é! São 5 horas até a Alemanha, 14 horas na Alemanha, 10 horas até o Brasil...
Saco. Haja livro.
Dualidade
Nasci numa segunda-feira. Talvez por isso, mas só talvez, eu goste tanto de segundas-feiras. Odeio as quintas. Era às quintas, sempre, que eu tomava advertências no colégio. Estragavam o fim-de-semana todo. Outras coisas ruins aconteceram em quintas-feiras. Não me lembro delas, mas lembro que sempre eram em quintas-feiras. As sextas, por conseqüência, acabavam sendo horríveis para mim, enquanto todo mundo as amava.
Embora goste das segundas-feiras, essa segunda-feira tem aquele gosto amargo da dualidade. Querer partir e querer ficar, essas coisas. Não vai ser a primeira vez. Também não vai ser a última (com muita sorte, é só a penúltima). Mas nem isso tira o amargo da boca. Nem isso, nem eu sair pra curtir cada uma das próximas e últimas horas. Nem mesmo, acho, o chegar -terei que assimilar a chegada, vai ser tarefa complicada.
Não estou deprê, não vou chorar no avião (de novo não, vou tentar!), não vou me entregar ao ostracismo quando estiver no Brasil. Não é nada disso. É só um gosto amargo como aqueles dos finais de semana que eu passava de castigo porque tinha brigado com alguém na escola e, numa quinta qualquer, levado um papel pros meus pais assinarem em casa. Mas dói mais.
Nasci numa segunda-feira. Talvez por isso, mas só talvez, eu goste tanto de segundas-feiras. Odeio as quintas. Era às quintas, sempre, que eu tomava advertências no colégio. Estragavam o fim-de-semana todo. Outras coisas ruins aconteceram em quintas-feiras. Não me lembro delas, mas lembro que sempre eram em quintas-feiras. As sextas, por conseqüência, acabavam sendo horríveis para mim, enquanto todo mundo as amava.
Embora goste das segundas-feiras, essa segunda-feira tem aquele gosto amargo da dualidade. Querer partir e querer ficar, essas coisas. Não vai ser a primeira vez. Também não vai ser a última (com muita sorte, é só a penúltima). Mas nem isso tira o amargo da boca. Nem isso, nem eu sair pra curtir cada uma das próximas e últimas horas. Nem mesmo, acho, o chegar -terei que assimilar a chegada, vai ser tarefa complicada.
Não estou deprê, não vou chorar no avião (de novo não, vou tentar!), não vou me entregar ao ostracismo quando estiver no Brasil. Não é nada disso. É só um gosto amargo como aqueles dos finais de semana que eu passava de castigo porque tinha brigado com alguém na escola e, numa quinta qualquer, levado um papel pros meus pais assinarem em casa. Mas dói mais.
Idishenópolis
Adorei a propaganda da American Airlines em homenagem aos 450 anos de São Paulo. Diz assim (para quem não consegue ver): "o mundo é paulistano". Em seguida, mostra países, em um mapa, chamando-os pelos nomes dos bairros de São Paulo. Israel é identificado como Higienópolis!
Adorei a propaganda da American Airlines em homenagem aos 450 anos de São Paulo. Diz assim (para quem não consegue ver): "o mundo é paulistano". Em seguida, mostra países, em um mapa, chamando-os pelos nomes dos bairros de São Paulo. Israel é identificado como Higienópolis!
22.2.04
Pigua
Teve um atentado, mais um, hoje de manhã em Jerusalém. Até agora há informação de 30 feridos, 10 deles em estado grave. Foi no ônibus 14. São 8h50 em Israel. A explosão ocorreu há vinte minutos. O ônibus estava lotado.
Já trago mais notícias.
[Updates]
[9h25] Foram 5 mortos. Só agora estão saindo as primeiras imagens na televisão israelense. Não há ainda informações detalhadas sobre o atentado. Nenhum grupo terrorista reconheceu a autoria do ataque até o momento. A explosão ocorreu na região de Rehavia, perto do parque Liberty Bell.
[9h55] O número de mortos subiu para 7. Os feridos são 60. Existe a possibilidade de que os explosivos usados no atentado contivessem algum agente químico, o que está sendo checado. Fala-se em fósforo.
[11h15] Como primeira resposta ao ataque terrorista, Israel decidiu impor o fechamento da região da cidade cisjordaniana de Belém, no sul de Jerusalém. Com relação ao agente químico, suspeita-se que venha de uma lata de spray que um dos passageiros tinha consigo.
[11h30] A televisão Al-Manar, do Hezbollah, no Líbano, afirmou que o terrorista palestino era Mohammed Za'el, da região de Belém. De acordo com o canal, o atentado foi executado em nome das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa.
Aí vão os números de emergência dos hospitais, em caso de necessidade:
-- Hospital Universitário Hadassa (Ein Karem): 1255122
-- Hospital Universitário Hadassa (Monte Scopus): 1255121
-- Bikur Holim: 1255123
-- Centro Médico Shaare Zedek: 1255125
Teve um atentado, mais um, hoje de manhã em Jerusalém. Até agora há informação de 30 feridos, 10 deles em estado grave. Foi no ônibus 14. São 8h50 em Israel. A explosão ocorreu há vinte minutos. O ônibus estava lotado.
Já trago mais notícias.
[Updates]
[9h25] Foram 5 mortos. Só agora estão saindo as primeiras imagens na televisão israelense. Não há ainda informações detalhadas sobre o atentado. Nenhum grupo terrorista reconheceu a autoria do ataque até o momento. A explosão ocorreu na região de Rehavia, perto do parque Liberty Bell.
[9h55] O número de mortos subiu para 7. Os feridos são 60. Existe a possibilidade de que os explosivos usados no atentado contivessem algum agente químico, o que está sendo checado. Fala-se em fósforo.
[11h15] Como primeira resposta ao ataque terrorista, Israel decidiu impor o fechamento da região da cidade cisjordaniana de Belém, no sul de Jerusalém. Com relação ao agente químico, suspeita-se que venha de uma lata de spray que um dos passageiros tinha consigo.
[11h30] A televisão Al-Manar, do Hezbollah, no Líbano, afirmou que o terrorista palestino era Mohammed Za'el, da região de Belém. De acordo com o canal, o atentado foi executado em nome das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa.
Aí vão os números de emergência dos hospitais, em caso de necessidade:
-- Hospital Universitário Hadassa (Ein Karem): 1255122
-- Hospital Universitário Hadassa (Monte Scopus): 1255121
-- Bikur Holim: 1255123
-- Centro Médico Shaare Zedek: 1255125
21.2.04
Nona
Existiu uma senhora de olhar doce e convidativo, sorriso aberto e acolhedor, que foi uma lutadora. Essas palavras, só elas, não bastam para defini-la, mas eu começo por aí. E não vou muito longe, porque quem conheceu a dona Marcela sabe do que estou falando e sabe que qualquer palavra é insuficiente para ela.
Minha avó, minha única avó, faleceu na última sexta-feira. Doeu muito receber a notícia de que ela se foi. Doeu mais ainda não ter estado ao seu lado nos últimos dois meses. Mas algo, aqui de longe, me dá uma dolorosa tranqüilidade: saber que o sofrimento dela, que se estendeu no último ano, acabou.
Nona, descanse em paz. Você certamente está agora em melhores mãos. Nós, aqui, rezamos por você e lembraremos sempre do teu sorriso acolhedor, da tua calma constante, do teu olhar carinhoso e dos teus conselhos.
"Life is what happens while you're busy making other plans" (J. Lennon)
Existiu uma senhora de olhar doce e convidativo, sorriso aberto e acolhedor, que foi uma lutadora. Essas palavras, só elas, não bastam para defini-la, mas eu começo por aí. E não vou muito longe, porque quem conheceu a dona Marcela sabe do que estou falando e sabe que qualquer palavra é insuficiente para ela.
Minha avó, minha única avó, faleceu na última sexta-feira. Doeu muito receber a notícia de que ela se foi. Doeu mais ainda não ter estado ao seu lado nos últimos dois meses. Mas algo, aqui de longe, me dá uma dolorosa tranqüilidade: saber que o sofrimento dela, que se estendeu no último ano, acabou.
Nona, descanse em paz. Você certamente está agora em melhores mãos. Nós, aqui, rezamos por você e lembraremos sempre do teu sorriso acolhedor, da tua calma constante, do teu olhar carinhoso e dos teus conselhos.
"Life is what happens while you're busy making other plans" (J. Lennon)
20.2.04
19.2.04
VERÍSSIMO
'Gracas a Deus' Pense em acucar na taca, em dancar no terraco com uma moca sem jaca.
Pense no rebulico dos muculmanos, nos acudes e nos acoreanos e em acucenas sem vico.
E quem confiaria seu dinheiro a um banco suíco?
Faca como eu faco e grite sem embaraco:
"Que maravilha é a cedilha".
Da série 'Poesias numa Hora Destas?!', do domingo passado.
'Gracas a Deus' Pense em acucar na taca, em dancar no terraco com uma moca sem jaca.
Pense no rebulico dos muculmanos, nos acudes e nos acoreanos e em acucenas sem vico.
E quem confiaria seu dinheiro a um banco suíco?
Faca como eu faco e grite sem embaraco:
"Que maravilha é a cedilha".
Da série 'Poesias numa Hora Destas?!', do domingo passado.
Dentro de exatos dois meses, no dia 19 de abril, será Yom HaShoá, o dia do Holocausto, em que se relembra os seis milhões de judeus mortos em campos de concentração nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Existe um site que quer reunir seis milhões de visitas até lá. Se você é judeu dê uma passada no site -a contagem é automática, basta entrar. Se você não é judeu, passe essa mensagem a alguém que seja. A idéia não é acumular números, mas provar que existem tantos judeus vivos quanto foram os mortos na Shoá.
"If we reach the goal of reaching six million before the Holocaust Remembrance Day, we will fulfill and give back to G-d what He gave to us: 6 million Jews who are alive today who remember those who perished".
Trata-se, enfim, de manter a chama acesa. Ainda que seja só uma chama virtual. Não importa.
Shimon
Prometi, conto. Foi sensacional. Peres tem um humor incomum entre israelenses e brincou diversas vezes -como quando disse, respondendo a um deputado que sugeriu que "D-s é brasileiro", que ainda que seja mesmo brasileiro, está em Jerusalém. "Esperemos o Messias chegar".
O encontro foi tão inesperado que eu precisei pedir para tirarem uma foto minha com ele, improvisada. Coisa rara, estava sem a minha Mavica, que sempre quebra galho. Tinha ido encontrar um grupo de políticos brasileiros e de representantes de entidades judaicas no Centro Cultural Brasil-Israel, um apartamento no centro de Tel Aviv que serve para ensinar português a israelenses fascinados pelo idioma das novelas da Globo (O clone e Laços de família são sucessos aqui).
Peres pediu para retirarem todos os títulos ao dirigirem-se a ele. "Podem me chamar apenas de 'Shimon'", disse. Do alto de seus 80 anos, sendo o único líder israelense que participou da criação do Estado ainda vivo e em atividade política, fez previsões sobre o conflito ("a crise atingiu seu ápice e precisa ser resolvida com a fórmula de dois estados para dois povos", "Israel deve mudar o traçado da cerca pois a questão não é o direito de erguê-la, mas a linha que vem seguindo") e elogiou o governo brasileiro.
Escrevi para o JB a respeito, mas pelo que vi na edição online do jornal, parece que não saiu. Talvez na versão impressa. Se alguém tiver notícia da publicação dessa notícia, é favor avisar! O iG publicou Nahum.
Grandes desprazeres -série fotografia
Este saiu no Observatório da Imprensa e tem a ver com o que vive-se aqui e com algo de que o mundo pouco fala e finge que não vê. Mulher palestina "encena" foto, mostrando como a mídia manipula (ou se deixa manipular) conforme seus interesses.
Semana que vem centenas de estudantes judeus de Israel e da Europa vão se manifestar contra o terrorismo palestino em Haia, onde o Tribunal de Justiça vai julgar o caso "muro". Israel mandou o que sobrou do ônibus em que se explodiu o homem-bomba no final de janeiro. Que o mundo abra os olhos e veja as imagens reais, não as montadas.
Prometi, conto. Foi sensacional. Peres tem um humor incomum entre israelenses e brincou diversas vezes -como quando disse, respondendo a um deputado que sugeriu que "D-s é brasileiro", que ainda que seja mesmo brasileiro, está em Jerusalém. "Esperemos o Messias chegar".
O encontro foi tão inesperado que eu precisei pedir para tirarem uma foto minha com ele, improvisada. Coisa rara, estava sem a minha Mavica, que sempre quebra galho. Tinha ido encontrar um grupo de políticos brasileiros e de representantes de entidades judaicas no Centro Cultural Brasil-Israel, um apartamento no centro de Tel Aviv que serve para ensinar português a israelenses fascinados pelo idioma das novelas da Globo (O clone e Laços de família são sucessos aqui).
Peres pediu para retirarem todos os títulos ao dirigirem-se a ele. "Podem me chamar apenas de 'Shimon'", disse. Do alto de seus 80 anos, sendo o único líder israelense que participou da criação do Estado ainda vivo e em atividade política, fez previsões sobre o conflito ("a crise atingiu seu ápice e precisa ser resolvida com a fórmula de dois estados para dois povos", "Israel deve mudar o traçado da cerca pois a questão não é o direito de erguê-la, mas a linha que vem seguindo") e elogiou o governo brasileiro.
Escrevi para o JB a respeito, mas pelo que vi na edição online do jornal, parece que não saiu. Talvez na versão impressa. Se alguém tiver notícia da publicação dessa notícia, é favor avisar! O iG publicou Nahum.
Grandes desprazeres -série fotografia
Este saiu no Observatório da Imprensa e tem a ver com o que vive-se aqui e com algo de que o mundo pouco fala e finge que não vê. Mulher palestina "encena" foto, mostrando como a mídia manipula (ou se deixa manipular) conforme seus interesses.
Semana que vem centenas de estudantes judeus de Israel e da Europa vão se manifestar contra o terrorismo palestino em Haia, onde o Tribunal de Justiça vai julgar o caso "muro". Israel mandou o que sobrou do ônibus em que se explodiu o homem-bomba no final de janeiro. Que o mundo abra os olhos e veja as imagens reais, não as montadas.
18.2.04
Ápice
Raspa de fôrma de bolo de chocolate tem um sabor especial. É melhor que o bolo pronto, quentinho, cheiroso. Passei o dedo na fôrma desta minha viagem a Israel hoje, e o sabor foi maravilhoso. Encontro inesperado (nem tinha levado câmera) com o Shimon Peres, o maior líder israelense ainda vivo e em atividade. Foi emocionante.
Logo mais conto mais. Fechei matéria com o JB a respeito e preciso escrever.
Raspa de fôrma de bolo de chocolate tem um sabor especial. É melhor que o bolo pronto, quentinho, cheiroso. Passei o dedo na fôrma desta minha viagem a Israel hoje, e o sabor foi maravilhoso. Encontro inesperado (nem tinha levado câmera) com o Shimon Peres, o maior líder israelense ainda vivo e em atividade. Foi emocionante.
Logo mais conto mais. Fechei matéria com o JB a respeito e preciso escrever.
17.2.04
Dia cheio, dia jornalístico
Tive um dia cheio. Mas foi bem divertido. E jornalístico. Estive vendo as possibilidades de estudo na Tel Aviv University -o que me ajudou a reforçar minha decisão pela Hebrew University of Jerusalem. Estive no escritório do porta-voz do Exército, onde um dia pretendo trabalhar... Estive com uma pessoa que manda notícias gravadas em português sobre Israel. E estive depois, com ela, em uma aula na Universidade Aberta com um jornalista do Yediot Acharonot, um dos principais jornais daqui. Trocamos idéia e já incluí mais um curso nos meus planos...
Se tudo se concretizar como eu estou pensando, serão cinco meses de ulpan Etzion, aprendendo hebraico, sete meses de árabe, trabalhando ao mesmo tempo em algo que me ajude com o hebraico, dois meses de ulpan kaitz (de verão) da universidade, dois anos (espero que seja menos tempo) de equivalências e três de pós. Depois, o curso de jornalismo...! E depois o Exército!
Mas aprendi que em Israel o futuro é tão imprevisível como o presente. O sensato é aproveitar cada segundo. Sem planejar muito.
E já estou melhor da gripe. Ótimo. Voar (faltam 7 dias) gripado no ar condicionado do avião não seria uma boa.
Vanilla Sky
Is it all about beauty? What about the consequences? Open your eyes.
Tive um dia cheio. Mas foi bem divertido. E jornalístico. Estive vendo as possibilidades de estudo na Tel Aviv University -o que me ajudou a reforçar minha decisão pela Hebrew University of Jerusalem. Estive no escritório do porta-voz do Exército, onde um dia pretendo trabalhar... Estive com uma pessoa que manda notícias gravadas em português sobre Israel. E estive depois, com ela, em uma aula na Universidade Aberta com um jornalista do Yediot Acharonot, um dos principais jornais daqui. Trocamos idéia e já incluí mais um curso nos meus planos...
Se tudo se concretizar como eu estou pensando, serão cinco meses de ulpan Etzion, aprendendo hebraico, sete meses de árabe, trabalhando ao mesmo tempo em algo que me ajude com o hebraico, dois meses de ulpan kaitz (de verão) da universidade, dois anos (espero que seja menos tempo) de equivalências e três de pós. Depois, o curso de jornalismo...! E depois o Exército!
Mas aprendi que em Israel o futuro é tão imprevisível como o presente. O sensato é aproveitar cada segundo. Sem planejar muito.
E já estou melhor da gripe. Ótimo. Voar (faltam 7 dias) gripado no ar condicionado do avião não seria uma boa.
Vanilla Sky
Is it all about beauty? What about the consequences? Open your eyes.
16.2.04
Mudo
Eyes wide open
Always hoping for the sun
And she'll sing her song to anyone
that comes along
Fragile as a leaf in autumn
Just fallin' to the ground
Without a sound
(Norah Jones - Seven Years)
Estou de olhos fechados ouvindo a música ashuv ve ashuv, over and over again... Não quero dizer nada. Pra não atrapalhar a canção.
Eyes wide open
Always hoping for the sun
And she'll sing her song to anyone
that comes along
Fragile as a leaf in autumn
Just fallin' to the ground
Without a sound
(Norah Jones - Seven Years)
Estou de olhos fechados ouvindo a música ashuv ve ashuv, over and over again... Não quero dizer nada. Pra não atrapalhar a canção.
In loco
Já tinha visto A lista de Schindler no Brasil, logo do lançamento, quando eu era pequeno demais para ainda não dar lá muita importância para toda a temática do filme. Já se vão 11 anos! Lembro que alugamos a fita e a assistimos em casa, na casa da minha mãe, jogados no sofá e no tapete e comendo pipoca. Dormi em vários trechos, confesso. Nem me lembrava mais que o filme é em preto e branco.
Ontem, depois de cansar da internet, fui comer algo. Passei pela sala e o Nahum estava assistindo o filme. Era o último trecho, a partir do fim da guerra. Legendas em hebraico, desnecessárias em cenas como aquela na qual o rabino prepara a entrada do Shabat, acendendo as velas sob olhares tortos dos alemães. Ou a do kadish rezado pelos parentes sobreviventes. Fico arrepiado só de lembrar.
Assisti daquele ponto em diante, até o final. E chorei com Yerushalaim shel zahav sendo entoada enquanto os "judeus de Schindler" caminhavam sem rumo, depois da pergunta de um deles, diante de um alemão, de "para onde vamos agora?". Depois, já em cores, no cemitério onde Schindler está enterrado, aqui em Israel, as pedras sendo colocadas em seu túmulo pelos sobreviventes.
Dá uma outra sensação ver o filme aqui. Uma outra emoção. Fiquei pensando, entre lágrimas minhas e do Nahum, que soluçava sem querer me deixar perceber, que hoje podemos assistir a esse tipo de filme tranqüilos, de certa forma, de que aquilo não se repetirá. Tranqüilos de que temos um Estado forte para nos proteger e assegurar essa tranqüilidade.
Já tinha visto A lista de Schindler no Brasil, logo do lançamento, quando eu era pequeno demais para ainda não dar lá muita importância para toda a temática do filme. Já se vão 11 anos! Lembro que alugamos a fita e a assistimos em casa, na casa da minha mãe, jogados no sofá e no tapete e comendo pipoca. Dormi em vários trechos, confesso. Nem me lembrava mais que o filme é em preto e branco.
Ontem, depois de cansar da internet, fui comer algo. Passei pela sala e o Nahum estava assistindo o filme. Era o último trecho, a partir do fim da guerra. Legendas em hebraico, desnecessárias em cenas como aquela na qual o rabino prepara a entrada do Shabat, acendendo as velas sob olhares tortos dos alemães. Ou a do kadish rezado pelos parentes sobreviventes. Fico arrepiado só de lembrar.
Assisti daquele ponto em diante, até o final. E chorei com Yerushalaim shel zahav sendo entoada enquanto os "judeus de Schindler" caminhavam sem rumo, depois da pergunta de um deles, diante de um alemão, de "para onde vamos agora?". Depois, já em cores, no cemitério onde Schindler está enterrado, aqui em Israel, as pedras sendo colocadas em seu túmulo pelos sobreviventes.
Dá uma outra sensação ver o filme aqui. Uma outra emoção. Fiquei pensando, entre lágrimas minhas e do Nahum, que soluçava sem querer me deixar perceber, que hoje podemos assistir a esse tipo de filme tranqüilos, de certa forma, de que aquilo não se repetirá. Tranqüilos de que temos um Estado forte para nos proteger e assegurar essa tranqüilidade.
15.2.04
Es muß sein!
A quantidade de coincidências (chama-las-ei assim, chamem-nas como quiserem!) que aconteceram nessa viagem em Israel é imensa. Gente que conheci só porque estava com vontade de comer bagel, mesmo depois de ter decidido que naquele bagel não ia mais. Gente que conheci só porque carregava uma bandeira do Brasil nas costas -coisa que nunca, nunca faço. Gente que conheci porque gosto de jazz e não de heavy metal. Gente que conheci porque perdi o ônibus e peguei o seguinte. Gente que conheci porque fui ver um filme brasileiro numa universidade de Tel Aviv. Gente que conheci porque acordei atrasado num albergue, escutei um cara falar espanhol e puxei papo...
Não sei mais porque comecei a dizer isso, mas já está dito. Vou deixar aqui. Vai que por alguma coincidência, ou porque Es muß sein, tem que ser assim, algo acontece...! Nunca se sabe... Não teria graça se soubéssemos!
Adendo
É fácil me conhecer. Precisa do seguinte: 1) ler meu blog de cabo a rabo, ou pelo menos alguns posts, como esse; 2) assistir a Albergue espanhol quatro vezes, até cansar; 3) ver, uma vez só, e sozinho, My life without me; 4) ler com lapiseira na mão A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera, duas vezes. Pronto. Sou muito transparente!
Mas convém me conhecer pessoalmente.
A quantidade de coincidências (chama-las-ei assim, chamem-nas como quiserem!) que aconteceram nessa viagem em Israel é imensa. Gente que conheci só porque estava com vontade de comer bagel, mesmo depois de ter decidido que naquele bagel não ia mais. Gente que conheci só porque carregava uma bandeira do Brasil nas costas -coisa que nunca, nunca faço. Gente que conheci porque gosto de jazz e não de heavy metal. Gente que conheci porque perdi o ônibus e peguei o seguinte. Gente que conheci porque fui ver um filme brasileiro numa universidade de Tel Aviv. Gente que conheci porque acordei atrasado num albergue, escutei um cara falar espanhol e puxei papo...
Não sei mais porque comecei a dizer isso, mas já está dito. Vou deixar aqui. Vai que por alguma coincidência, ou porque Es muß sein, tem que ser assim, algo acontece...! Nunca se sabe... Não teria graça se soubéssemos!
Adendo
É fácil me conhecer. Precisa do seguinte: 1) ler meu blog de cabo a rabo, ou pelo menos alguns posts, como esse; 2) assistir a Albergue espanhol quatro vezes, até cansar; 3) ver, uma vez só, e sozinho, My life without me; 4) ler com lapiseira na mão A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera, duas vezes. Pronto. Sou muito transparente!
Mas convém me conhecer pessoalmente.
14.2.04
Mezeg avir
Chove torrencialmente em Tel Aviv -acho que em todo o país, para falar a verdade! Venta muito, muito mesmo, a ponto de derrubar as folhas das árvores. Não dá coragem de sair de casa...! A previsão para hoje à noite é de neve em Jerusalém... E eu estou em Tel Aviv, pena. Vou perder o "show"! Ano passado eu já tinha voltado para o Brasil quando nevou em Jerusalém. O The Jerusalem Post publicou lindas fotos da cidade de ouro recolorida, branquinha!
Chove torrencialmente em Tel Aviv -acho que em todo o país, para falar a verdade! Venta muito, muito mesmo, a ponto de derrubar as folhas das árvores. Não dá coragem de sair de casa...! A previsão para hoje à noite é de neve em Jerusalém... E eu estou em Tel Aviv, pena. Vou perder o "show"! Ano passado eu já tinha voltado para o Brasil quando nevou em Jerusalém. O The Jerusalem Post publicou lindas fotos da cidade de ouro recolorida, branquinha!
13.2.04
Nostalgia, aqui me tens de regresso
Faltam nada menos que 11 dias para eu voltar para o Brasil. E nada mais que 21 semanas para eu fazer aliah. Incrível como, de certas perspectivas, o tempo parece relativo. E é mesmo. Estou curtindo um momento nostalgia duplo -o de ao mesmo tempo estar morrendo de saudade dos meus amigos e da minha família no Brasil por estar há quase dois meses longe e por saber que em quatro meses estarei longe "de vez".
Por isso, aceito qualquer demonstração de carinho na minha volta, o que inclui festas surpresas de recepção no aeroporto, às 6 e meia da manhã da quarta-feira de cinzas, aparecerem sem avisar na minha casa na Vila Olímpia para tomar um café (não, isso é muito israelense: uma cerveja, sei lá!), convites para cinemas, festas, baladas, passeios etc. Enfim, só não vale me deixarem em casa em nenhum fim-de-semana!!
Durante a semana, contudo, serei todo dedicado à Universidade Metodista de São Paulo -afinal volto só por isso, racionalmente (emocionalmente pelo que acabei de dizer...). Preciso, embora estejam tentando me atrapalhar por lá quanto podem, acabar esse curso até o dia 23 de junho, de qualquer forma. E dia 15 de julho, se D-s quiser, começa minha vida israelense...!
Enfim, acompanhem comigo a contagem. Onze dias pra chegar, 153 para partir! E Shabat Shalom, nesta sexta-feira 13!
Pequenos prazeres -série virtuais
Lembro-me como se fosse hoje quando a diretora da revista para a qual eu trabalhava, nos idos de 1998, me chamou na sala dela para mostrar a descoberta que tinha feito -coisa que eu, notívago navegante de internet, desconhecia, também. Ela me mostrava o Google.
Colocou o nome dela, o do marido dela, editor da revista, e descobriu várias coisas. Era o primeiro sistema de buscas em que podíamos, dizia ela, achar informações sobre nós mesmos. Coloquei meu nome e chegaram vários resultados, me impressionando e assustando. E ainda não existiam recursos como a busca de imagens, de sites referentes etc etc etc...
Daquele dia em diante, até hoje, não uso outro sistema de busca! E estou bem satisfeito. Li dia desses esta notícia na BBC Brasil. Não podia dar outra!
Faltam nada menos que 11 dias para eu voltar para o Brasil. E nada mais que 21 semanas para eu fazer aliah. Incrível como, de certas perspectivas, o tempo parece relativo. E é mesmo. Estou curtindo um momento nostalgia duplo -o de ao mesmo tempo estar morrendo de saudade dos meus amigos e da minha família no Brasil por estar há quase dois meses longe e por saber que em quatro meses estarei longe "de vez".
Por isso, aceito qualquer demonstração de carinho na minha volta, o que inclui festas surpresas de recepção no aeroporto, às 6 e meia da manhã da quarta-feira de cinzas, aparecerem sem avisar na minha casa na Vila Olímpia para tomar um café (não, isso é muito israelense: uma cerveja, sei lá!), convites para cinemas, festas, baladas, passeios etc. Enfim, só não vale me deixarem em casa em nenhum fim-de-semana!!
Durante a semana, contudo, serei todo dedicado à Universidade Metodista de São Paulo -afinal volto só por isso, racionalmente (emocionalmente pelo que acabei de dizer...). Preciso, embora estejam tentando me atrapalhar por lá quanto podem, acabar esse curso até o dia 23 de junho, de qualquer forma. E dia 15 de julho, se D-s quiser, começa minha vida israelense...!
Enfim, acompanhem comigo a contagem. Onze dias pra chegar, 153 para partir! E Shabat Shalom, nesta sexta-feira 13!
Pequenos prazeres -série virtuais
Lembro-me como se fosse hoje quando a diretora da revista para a qual eu trabalhava, nos idos de 1998, me chamou na sala dela para mostrar a descoberta que tinha feito -coisa que eu, notívago navegante de internet, desconhecia, também. Ela me mostrava o Google.
Colocou o nome dela, o do marido dela, editor da revista, e descobriu várias coisas. Era o primeiro sistema de buscas em que podíamos, dizia ela, achar informações sobre nós mesmos. Coloquei meu nome e chegaram vários resultados, me impressionando e assustando. E ainda não existiam recursos como a busca de imagens, de sites referentes etc etc etc...
Daquele dia em diante, até hoje, não uso outro sistema de busca! E estou bem satisfeito. Li dia desses esta notícia na BBC Brasil. Não podia dar outra!
12.2.04
[com acentos]
Viver é preciso, contar também é preciso
Comecei a ler A insustentável leveza do ser há mais de ano e meio. Parei a leitura porque só ler era pouco. Comecei de novo, com lapiseira na mão, marcando os trechos que me tocavam. Mas rabisquei todas suas páginas! Depois, esqueci o livro em Israel, e ele passou meses aqui, fechado, até voltar para o Brasil -onde eu não tinha tempo para ler. Só voltando para Israel consegui recomeçar a leitura, de novo, do zero, do instante em que Tomas está diante da janela observando a parede do prédio vizinho. Em Jerusalém, nesta semana, avancei bastante na leitura. Mas tinha deixado a lapiseira em casa. Terei que recomeçar esse pedaço de quase duzentas páginas. Não faz mal.
Como já disse, gosto de ler Milan Kundera (também) porque ele se coloca no texto, fazendo parte da narração como analista, como opinador, como se discutisse com o leitor, em voz baixa, os caminhos que cada personagem deve tomar. Às vezes interrompe a história por duas páginas só para dizer o que acha, como se aquele personagem, aquele relato não tivessem nascido dele. Como ele mesmo diz, não nascem de ventres maternos os personagens. São cria dele. Mesmo assim, os questiona, como se fossem personagens de sua vida, e não de sua obra.
Gostaria de poder escrever sobre a minha vida com o mesmo talento com que Kundera escreve sobre a vida de seus personagens. Mas não consigo. Consigo apenas vivê-la, o mais intensamente possível. Mesmo assim, descubro que todo esse possível é ainda pouco. Falta muito para eu poder dizer que curto a vida adoidado.
Voltei de uma semana maravilhosa em Jerusalém. Foi uma semana de questionamentos, de ver coisas que me puseram minhocas na cabeça, de aprender a partir da experiência de outros que vieram na minha frente e de conhecer gente diferente -desde um venezuelano que mora em Londres e já trabalhou, durante dois anos, em uma prisão, a uma israelense que tem 18 anos, já mergulhou fundo nas drogas e hoje, "limpa" há 22 meses, diz que a cidade onde mora é o melhor lugar do mundo para se viver.
Estive no ulpan onde pretendo estudar cinco meses de hebraico a partir de julho. Visitei a universidade onde pretendo estudar História do Oriente Médio a partir de 2007. Conversei com gente que fez aliah há um mês, um ano, uma década, uma vida. Descobri que terei que aprender árabe no matter what -e a idéia de verdade me anima (já até pensei quando arrumarei tempo aqui para ter aulas)!
Fui apresentado a uma mulher que confiou nos meus sonhos e nos meus ideias e prometeu, com testemunha, investir na concretização deles. Conversei longamente com o ex-cônsul israelense em São Paulo e ouvi coisas sensacionais dele -desde a opinião de que a Sochnut deveria parar de mandar gente para Israel agora, até a de que Arafat deverá, para sair bem na foto e da sua vida, se dar conta logo de que só a negociação vai levar à criação de um Estado palestino. Estive com meus amigos que moram em Jerusalém.
Senti o chão tremer, até. E agora, pensando em tudo isso, sinto que foi como se tivesse sido um tremor interno, como se alguém tivesse me chacoalhado para me fazer olhar ao redor, naquele microcosmo maravilhoso e múltiplo chamado Jerusalém, a cidade que escolhi para viver, e me dar conta de que acho que sei, sim, o que estou fazendo. Ainda que eu não saiba, lamentavelmente, contar a respeito como o Kundera conta.
Viver é preciso, contar também é preciso
Comecei a ler A insustentável leveza do ser há mais de ano e meio. Parei a leitura porque só ler era pouco. Comecei de novo, com lapiseira na mão, marcando os trechos que me tocavam. Mas rabisquei todas suas páginas! Depois, esqueci o livro em Israel, e ele passou meses aqui, fechado, até voltar para o Brasil -onde eu não tinha tempo para ler. Só voltando para Israel consegui recomeçar a leitura, de novo, do zero, do instante em que Tomas está diante da janela observando a parede do prédio vizinho. Em Jerusalém, nesta semana, avancei bastante na leitura. Mas tinha deixado a lapiseira em casa. Terei que recomeçar esse pedaço de quase duzentas páginas. Não faz mal.
Como já disse, gosto de ler Milan Kundera (também) porque ele se coloca no texto, fazendo parte da narração como analista, como opinador, como se discutisse com o leitor, em voz baixa, os caminhos que cada personagem deve tomar. Às vezes interrompe a história por duas páginas só para dizer o que acha, como se aquele personagem, aquele relato não tivessem nascido dele. Como ele mesmo diz, não nascem de ventres maternos os personagens. São cria dele. Mesmo assim, os questiona, como se fossem personagens de sua vida, e não de sua obra.
Gostaria de poder escrever sobre a minha vida com o mesmo talento com que Kundera escreve sobre a vida de seus personagens. Mas não consigo. Consigo apenas vivê-la, o mais intensamente possível. Mesmo assim, descubro que todo esse possível é ainda pouco. Falta muito para eu poder dizer que curto a vida adoidado.
Voltei de uma semana maravilhosa em Jerusalém. Foi uma semana de questionamentos, de ver coisas que me puseram minhocas na cabeça, de aprender a partir da experiência de outros que vieram na minha frente e de conhecer gente diferente -desde um venezuelano que mora em Londres e já trabalhou, durante dois anos, em uma prisão, a uma israelense que tem 18 anos, já mergulhou fundo nas drogas e hoje, "limpa" há 22 meses, diz que a cidade onde mora é o melhor lugar do mundo para se viver.
Estive no ulpan onde pretendo estudar cinco meses de hebraico a partir de julho. Visitei a universidade onde pretendo estudar História do Oriente Médio a partir de 2007. Conversei com gente que fez aliah há um mês, um ano, uma década, uma vida. Descobri que terei que aprender árabe no matter what -e a idéia de verdade me anima (já até pensei quando arrumarei tempo aqui para ter aulas)!
Fui apresentado a uma mulher que confiou nos meus sonhos e nos meus ideias e prometeu, com testemunha, investir na concretização deles. Conversei longamente com o ex-cônsul israelense em São Paulo e ouvi coisas sensacionais dele -desde a opinião de que a Sochnut deveria parar de mandar gente para Israel agora, até a de que Arafat deverá, para sair bem na foto e da sua vida, se dar conta logo de que só a negociação vai levar à criação de um Estado palestino. Estive com meus amigos que moram em Jerusalém.
Senti o chão tremer, até. E agora, pensando em tudo isso, sinto que foi como se tivesse sido um tremor interno, como se alguém tivesse me chacoalhado para me fazer olhar ao redor, naquele microcosmo maravilhoso e múltiplo chamado Jerusalém, a cidade que escolhi para viver, e me dar conta de que acho que sei, sim, o que estou fazendo. Ainda que eu não saiba, lamentavelmente, contar a respeito como o Kundera conta.
[sem acentos, so pra variar]
Despedida
Hoje, acho (as coincidencias talvez nao me deixem...), volto para Tel Aviv. De la escrevo com mais calma, e com acentos... Mas estah tudo muito bem. Estou passando por uma fase de questionamentos, de duvidas, de indagacoes. Eh uma fase saudavel, pela qual todos passamos e, verdade seja dita, melhor que todos nos passemos, mesmo. So quem se questiona pode ter certeza de que estah no caminho certo -ou de que tem que mudar o caminho. Ainda nao sei qual eh o meu caso, mas aqui e Israel essas coisas se resolvem a cada segundo, mesmo.
Sobre as coincidencias, estou lendo (ainda, ainda...) Milan Kundera, A insustentavel leveza do ser. Adoro esse livro. Leio, releio, rabisco, marco varias paginas. Adoro a forma como o Kundera constroi o romance, fazendo parte constante dele. E enquanto lia, comendo bagels de cafe-da-manha, parecia que estava em uma cena ali descrita. Dificil explicar, teria que colocar todo o trecho do livro aqui e a internet eh cara. Mas me sentia, ao passo que lia, um personagem que sente a insustentavel leveza do ser.
Aviso se volto a Tel Aviv. Se as coincidencias me deixarem, volto hoje. Se nao deixarem, e espero que nao deixem, fico ate amanha.
Despedida
Hoje, acho (as coincidencias talvez nao me deixem...), volto para Tel Aviv. De la escrevo com mais calma, e com acentos... Mas estah tudo muito bem. Estou passando por uma fase de questionamentos, de duvidas, de indagacoes. Eh uma fase saudavel, pela qual todos passamos e, verdade seja dita, melhor que todos nos passemos, mesmo. So quem se questiona pode ter certeza de que estah no caminho certo -ou de que tem que mudar o caminho. Ainda nao sei qual eh o meu caso, mas aqui e Israel essas coisas se resolvem a cada segundo, mesmo.
Sobre as coincidencias, estou lendo (ainda, ainda...) Milan Kundera, A insustentavel leveza do ser. Adoro esse livro. Leio, releio, rabisco, marco varias paginas. Adoro a forma como o Kundera constroi o romance, fazendo parte constante dele. E enquanto lia, comendo bagels de cafe-da-manha, parecia que estava em uma cena ali descrita. Dificil explicar, teria que colocar todo o trecho do livro aqui e a internet eh cara. Mas me sentia, ao passo que lia, um personagem que sente a insustentavel leveza do ser.
Aviso se volto a Tel Aviv. Se as coincidencias me deixarem, volto hoje. Se nao deixarem, e espero que nao deixem, fico ate amanha.
11.2.04
[sem acentos]
Terremoto
Eh, teve um terremoto em Israel, que na verdade foi um tremor de terra. Registrou 5 graus na escala Richter, mas so provocou rachaduras. Eu o senti, mesmo. Mas, como disse uma amiga, pareceu que alguem tinha batido uma porta. E foi tudo. Estive hoje no meu futuro ulpan, tambem! Amei tudo, tudo mesmo! Estou otimo, fora a chuva! Escrevo mais quando nao estiver cercado de olhares invejosos de gente querendo usar o mesmo micro que eu estou usando agora. Amanha volto a Tel Aviv, a noite, e escrevo com calma de la.
Terremoto
Eh, teve um terremoto em Israel, que na verdade foi um tremor de terra. Registrou 5 graus na escala Richter, mas so provocou rachaduras. Eu o senti, mesmo. Mas, como disse uma amiga, pareceu que alguem tinha batido uma porta. E foi tudo. Estive hoje no meu futuro ulpan, tambem! Amei tudo, tudo mesmo! Estou otimo, fora a chuva! Escrevo mais quando nao estiver cercado de olhares invejosos de gente querendo usar o mesmo micro que eu estou usando agora. Amanha volto a Tel Aviv, a noite, e escrevo com calma de la.
9.2.04
[sem acentos]
Tudo bem
Rapidamente, afinal a fila para usar o micro eh grande, estah tudo bem, muito bem. Caminhei bastante hoje (ai, meu joelho...), estive na Esplanada das Mesquitas cercado de olhares nada simpaticos (conto mais em outra oportunidade), encontrei o ex-consul de Israel em Sao Paulo e fui visitar uma amiga russa que estah de visita em Israel... Teve bem mais, mas poucas linhas nao sao suficientes. Volto logo. Nao morram de saudade!!!
Tudo bem
Rapidamente, afinal a fila para usar o micro eh grande, estah tudo bem, muito bem. Caminhei bastante hoje (ai, meu joelho...), estive na Esplanada das Mesquitas cercado de olhares nada simpaticos (conto mais em outra oportunidade), encontrei o ex-consul de Israel em Sao Paulo e fui visitar uma amiga russa que estah de visita em Israel... Teve bem mais, mas poucas linhas nao sao suficientes. Volto logo. Nao morram de saudade!!!
8.2.04
[sem acentos]
Toc, toc, toc
Tem outra cena em Albergue espanhol na qual Xavier tenta se inscrever para o Erasmus, o programa de intercambio entre paises europeus. Ele vai na universidade onde estudou para juntar a papelada e acaba fazendo um verdadeiro tour pela burocracia. Hoje, aqui na Hebrew University of Jerusalem, onde definitivamente pretendo estudar, me senti naquela cena! Ja bati em diversas portas e entrei em mais de uma dezena de salas diferentes, falei com uma porcao de pessoas, juntei um monte de folhetos, informacoes, numeros de telefones, emails e nomes... E a verdade eh que nao resolvi muita coisa!
Tudo que descobri eh que aqui as regras sao um pouco diferentes das da Universidade de Haifa. Precisarei aprender "apenas" arabe e hebraico para poder ser admitido no Departamento de Historia do Oriente Medio. Persa, turco, frances e alemao sao idiomas opcionais dependendo da area desejada para pesquisa! Isso significa que as coisas sao melhores por aqui. So que pelo que andei averiguando, em conversas pelos corredores com as pessoas, nao eh facil aprender arabe para quem nao tem nenhuma base (meu caso)...
Estive tambem no Hillel daqui. Por acaso, alias. Estava saindo de uma das salas e vi uma placa indicando Beit Hillel. Fui ate la e encontrei o presidente mundial do Hillel, Avraham Infeld! E o diretor do Hillel Yerushalaim, Eli, me levou para conhecer um pouco a universidade. Eh o velho negocio: am echad, um so povo!
Daqui a pouco volto para o centro da cidade...
Toc, toc, toc
Tem outra cena em Albergue espanhol na qual Xavier tenta se inscrever para o Erasmus, o programa de intercambio entre paises europeus. Ele vai na universidade onde estudou para juntar a papelada e acaba fazendo um verdadeiro tour pela burocracia. Hoje, aqui na Hebrew University of Jerusalem, onde definitivamente pretendo estudar, me senti naquela cena! Ja bati em diversas portas e entrei em mais de uma dezena de salas diferentes, falei com uma porcao de pessoas, juntei um monte de folhetos, informacoes, numeros de telefones, emails e nomes... E a verdade eh que nao resolvi muita coisa!
Tudo que descobri eh que aqui as regras sao um pouco diferentes das da Universidade de Haifa. Precisarei aprender "apenas" arabe e hebraico para poder ser admitido no Departamento de Historia do Oriente Medio. Persa, turco, frances e alemao sao idiomas opcionais dependendo da area desejada para pesquisa! Isso significa que as coisas sao melhores por aqui. So que pelo que andei averiguando, em conversas pelos corredores com as pessoas, nao eh facil aprender arabe para quem nao tem nenhuma base (meu caso)...
Estive tambem no Hillel daqui. Por acaso, alias. Estava saindo de uma das salas e vi uma placa indicando Beit Hillel. Fui ate la e encontrei o presidente mundial do Hillel, Avraham Infeld! E o diretor do Hillel Yerushalaim, Eli, me levou para conhecer um pouco a universidade. Eh o velho negocio: am echad, um so povo!
Daqui a pouco volto para o centro da cidade...
7.2.04
[sem acentos]
Contato
Escrevo da Heritage House, onde ja estive ha algumas semanas. Passando so para dar oi e para dizer que estah tudo bem. Estou andando de onibus pela primeira vez em Jerusalem desde o atentado da semana passada e confesso que da um medo. Mas acaba passando.
Esqueci de contar, no ultimo post, que acabei o texto sobre sofrut. Gostei muito dele. Muito mesmo. Mais do que costumo gostar das coisas que escrevo. Agora eh esperar a opiniao dos editores! E arrumar um lugar para digitalizar as fotos...
Contato
Escrevo da Heritage House, onde ja estive ha algumas semanas. Passando so para dar oi e para dizer que estah tudo bem. Estou andando de onibus pela primeira vez em Jerusalem desde o atentado da semana passada e confesso que da um medo. Mas acaba passando.
Esqueci de contar, no ultimo post, que acabei o texto sobre sofrut. Gostei muito dele. Muito mesmo. Mais do que costumo gostar das coisas que escrevo. Agora eh esperar a opiniao dos editores! E arrumar um lugar para digitalizar as fotos...
Semana na capital
Daqui a pouco vou para Jerusalém. Vou passar toda uma semana lá e talvez não tenha como atualizar (muito) o blog. Hoje tenho uma entrevista coletiva com a governadora do Rio e delegação de secretários, que chegam logo mais a Israel... Aliás, ponto negativo à imprensa brasileira e à carioca, que não deram sequer uma linha sobre a visita. Procurei no JB, n'O Globo, na Folha, no Estadão... Nada! Mas notícias sobre Israel há, claro...
Durante toda essa semana vou definir o que poderá ser meu futuro aqui em Israel: o Ulpan Etzion (curso de hebraico) -não posso esquecer de verificar como são os chuveiros!- e a Hebrew University of Jerusalem, a universidade onde muito provavelmente vou fazer minha pós...
E vou também fazer um pouco de turismo, porque ninguém é de ferro e, embora Jerusalém seja a cidade israelense que eu mais visitei nos 6 meses que eu morei aqui, ainda falta conhecer muita coisa de lá. No meu programa estão a Knesset (Parlamento), o Museu de Terras Bíblicas, modelos da cidade antiga...
Shabat Shalom e até a minha próxima passada por um cybercafé!
Daqui a pouco vou para Jerusalém. Vou passar toda uma semana lá e talvez não tenha como atualizar (muito) o blog. Hoje tenho uma entrevista coletiva com a governadora do Rio e delegação de secretários, que chegam logo mais a Israel... Aliás, ponto negativo à imprensa brasileira e à carioca, que não deram sequer uma linha sobre a visita. Procurei no JB, n'O Globo, na Folha, no Estadão... Nada! Mas notícias sobre Israel há, claro...
Durante toda essa semana vou definir o que poderá ser meu futuro aqui em Israel: o Ulpan Etzion (curso de hebraico) -não posso esquecer de verificar como são os chuveiros!- e a Hebrew University of Jerusalem, a universidade onde muito provavelmente vou fazer minha pós...
E vou também fazer um pouco de turismo, porque ninguém é de ferro e, embora Jerusalém seja a cidade israelense que eu mais visitei nos 6 meses que eu morei aqui, ainda falta conhecer muita coisa de lá. No meu programa estão a Knesset (Parlamento), o Museu de Terras Bíblicas, modelos da cidade antiga...
Shabat Shalom e até a minha próxima passada por um cybercafé!
6.2.04
Redação
Uma vez a cada quanto, geralmente quando eu tenho que sentar e escrever um texto, como hoje, o apartamento do Nahum (que escreve diariamente para o Último Segundo, do iG) se transforma em uma pequena redação. E ele, no meu editor. Cada um de nós fica num quarto, como se estivesse em sua própria sala, debruçado sobre um computador, e ficamos gritando coisas entre nós para trocar idéias.
Nesses dias, algumas coisas como fazer a barba e ouvir música são inconscientemente proibidas! É como se não quiséssemos perder tempo, nos distrair. Comida só se for na mesa de trabalho, geralmente fria e sem tempero -mas já nem nos importamos com isso. A xícara de café deixa até marca ao lado do mouse... Não é assim, claro, mas um pouco de imaginação não faz mal!
O jornalismo, o fazer jornalismo, me fascina. E eu deveria incluir no meu currículo, entre as atividades desses 10 anos que eu tenho de carreira, "vivência e aprendizado com o jornalista Nahum Sirotsky", seguido do extenso currículo dele. Cada dia aqui é uma lição de vida e de jornalismo. Meus textos até saem -ainda que demorem!
Uma vez a cada quanto, geralmente quando eu tenho que sentar e escrever um texto, como hoje, o apartamento do Nahum (que escreve diariamente para o Último Segundo, do iG) se transforma em uma pequena redação. E ele, no meu editor. Cada um de nós fica num quarto, como se estivesse em sua própria sala, debruçado sobre um computador, e ficamos gritando coisas entre nós para trocar idéias.
Nesses dias, algumas coisas como fazer a barba e ouvir música são inconscientemente proibidas! É como se não quiséssemos perder tempo, nos distrair. Comida só se for na mesa de trabalho, geralmente fria e sem tempero -mas já nem nos importamos com isso. A xícara de café deixa até marca ao lado do mouse... Não é assim, claro, mas um pouco de imaginação não faz mal!
O jornalismo, o fazer jornalismo, me fascina. E eu deveria incluir no meu currículo, entre as atividades desses 10 anos que eu tenho de carreira, "vivência e aprendizado com o jornalista Nahum Sirotsky", seguido do extenso currículo dele. Cada dia aqui é uma lição de vida e de jornalismo. Meus textos até saem -ainda que demorem!
5.2.04
Nó
Ainda na onda "um pouco de melancolia não faz mal", alguns comentários... 1) Estou morrendo de saudade dos meus irmãos, a Adriana e o Breno. Tenho uma foto linda deles na minha mesa, aqui em Tel Aviv. Queria estar com os dois agora, abraçando-os muito. Saudade é algo muito foda. 2) Meu texto, cujo dead-line é amanhã, não quer sair. Instrumentista, me passa o fórceps, por favor? 3) Tá tocando R.E.M. no meu discman. Isso torna tudo mais dramático...
Demora muito tempo para que se aprenda a simplicidade (Louis Malle)
Ainda na onda "um pouco de melancolia não faz mal", alguns comentários... 1) Estou morrendo de saudade dos meus irmãos, a Adriana e o Breno. Tenho uma foto linda deles na minha mesa, aqui em Tel Aviv. Queria estar com os dois agora, abraçando-os muito. Saudade é algo muito foda. 2) Meu texto, cujo dead-line é amanhã, não quer sair. Instrumentista, me passa o fórceps, por favor? 3) Tá tocando R.E.M. no meu discman. Isso torna tudo mais dramático...
Demora muito tempo para que se aprenda a simplicidade (Louis Malle)
You've got mail
Existem coisas insubstituíveis na vida. Uma delas é a carta. Aquela que chega amassada pelo correio, num envelope cheio de selos, carimbos, rabiscos do carteiro, os nomes do remetente e destinatário escritos à mão. Aquela que surpreende, porque elas sempre surpreendem. E que traz notícias velhas, porque as notícias sempre serão velhas quando chegarem por carta.
Eu adoro me corresponder por carta, e até hoje faço isso com alguns amigos. Se existe alguém entre meus leitores que, como eu, tem essa paixão, que acredita como eu que email nenhum substitui uma carta, e que quer trocar notícias pelo correio comigo quando eu estiver morando em Israel (faltam 23 semanas!), mande o endereço para o meu email...! Eu devolvo com o meu!
[Estou muito nostálgico, né? Deu saudade dos amigos. Muita saudade. Como vai ser daqui a 23 semanas?]
Pequenos prazeres -série leituras
Encontrei por acaso um desses blogs gostosos de ler, no qual é possível passar horas. É atualizado por Sofia e Sebastião, diretamente de Lisboa, com história de picantes a apaixonadas: Sex in Lisbon. Vale a pena a visita. Mas você não será o único! Repare na quantidade de comentários que cada post tem!
Existem coisas insubstituíveis na vida. Uma delas é a carta. Aquela que chega amassada pelo correio, num envelope cheio de selos, carimbos, rabiscos do carteiro, os nomes do remetente e destinatário escritos à mão. Aquela que surpreende, porque elas sempre surpreendem. E que traz notícias velhas, porque as notícias sempre serão velhas quando chegarem por carta.
Eu adoro me corresponder por carta, e até hoje faço isso com alguns amigos. Se existe alguém entre meus leitores que, como eu, tem essa paixão, que acredita como eu que email nenhum substitui uma carta, e que quer trocar notícias pelo correio comigo quando eu estiver morando em Israel (faltam 23 semanas!), mande o endereço para o meu email...! Eu devolvo com o meu!
[Estou muito nostálgico, né? Deu saudade dos amigos. Muita saudade. Como vai ser daqui a 23 semanas?]
Pequenos prazeres -série leituras
Encontrei por acaso um desses blogs gostosos de ler, no qual é possível passar horas. É atualizado por Sofia e Sebastião, diretamente de Lisboa, com história de picantes a apaixonadas: Sex in Lisbon. Vale a pena a visita. Mas você não será o único! Repare na quantidade de comentários que cada post tem!
4.2.04
Things to be done before I die
Amo cinema espanhol, muito por conta da paixão que tenho pelos filmes do Almodóvar, muito pelo fato de ter estudado em um colégio do governo espanhol por 10 anos, muito pelo prazer que sinto ao ouvir o sotaque particular da península ibérica. Li hoje de manhã esta notícia, que fala justamente do surgimento de uma nova geração de cineastas espanhóis.
Pois hoje à noite, quando fui dar uma volta no kenion (shopping center) de Ramat Aviv, aqui pertinho, vi que um deles, My life without me, estava passando lá. É em inglês, passado no Canadá, tem diretora espanhola (Isabel Coixet), e é da produtora do Almodóvar (El Deseo). Filmaço. Conta o drama de uma jovem com uma doença terminal e pouco tempo de vida. Sem contar que vai morrer, ela prepara a vida do marido e das filhas para sua ausência. Se estiver passando no Brasil, vale a pena ir correndo assitir.
Pergunta fúnebre mas necessária: se você precisasse fazer uma lista de things to be done before you die, o que incluiria?
Amo cinema espanhol, muito por conta da paixão que tenho pelos filmes do Almodóvar, muito pelo fato de ter estudado em um colégio do governo espanhol por 10 anos, muito pelo prazer que sinto ao ouvir o sotaque particular da península ibérica. Li hoje de manhã esta notícia, que fala justamente do surgimento de uma nova geração de cineastas espanhóis.
Pois hoje à noite, quando fui dar uma volta no kenion (shopping center) de Ramat Aviv, aqui pertinho, vi que um deles, My life without me, estava passando lá. É em inglês, passado no Canadá, tem diretora espanhola (Isabel Coixet), e é da produtora do Almodóvar (El Deseo). Filmaço. Conta o drama de uma jovem com uma doença terminal e pouco tempo de vida. Sem contar que vai morrer, ela prepara a vida do marido e das filhas para sua ausência. Se estiver passando no Brasil, vale a pena ir correndo assitir.
Pergunta fúnebre mas necessária: se você precisasse fazer uma lista de things to be done before you die, o que incluiria?
3.2.04
No grito
Tenho caminhado muito, como um bom e dedicado turista (e também como um sujeito que se perde para se encontrar e para aprender a andar por aí). O resultado, além de me tornar mais íntimo das cidades israelenses, foi uma dor muito forte no joelho direito. Já venho sentindo isso há duas semanas, pelo menos.
Hoje resolvi cuidar do assunto. Munido da papelada do seguro (agora tenho um...) fui ao Ichilov, o mesmo hospital onde já estive no começo de janeiro. Escolhi esse hospital, já que posso me dar esse luxo, porque já o conhecia um pouco e porque sei de sua qualidade médica.
Cheguei e disse o que acontecia. Apresentei a apólice do seguro... A recepcionista telefonou para a seguradora e me passou o telefone. Do outro lado da linha uma sujeita me explicava, em inglês, que antes de ir ao hospital (onde eu afinal já estava) teria que passar por um médico, pagar 45 shekalim (quase 40 reais), e, só depois, se ele assim o recomendasse, voltar ao hospital. Ir direto a um hospital, explicava, só em caso de emergência...
Resolvi, então, aplicar uma lição que aprendi aqui em Israel: muitas coisas só se resolvem mesmo no grito. Eu perguntei a ela, também em inglês, como diferenciavam uma emergência de um caso corriqueiro. E expliquei que, já estando no hospital, não daria toda a volta burocrática para chegar ao mesmo lugar. "You tell me it's not an emergency because it's on my knee! If it were in your knee, you would consider it an emergency", disse...
Ela pediu um instante. Voltou, alguns longos minutos depois, dizendo que dessa vez, mas somente dessa vez, abriria uma exceção para mim. Ótimo. Esqueci então da falta de senso de humor do israelense e fiz uma piada: "espero que não haja próxima vez". Ela não entendeu. Mas eu também não quis explicar. Fui atendido em seguida... E não tenho nada!
Tenho caminhado muito, como um bom e dedicado turista (e também como um sujeito que se perde para se encontrar e para aprender a andar por aí). O resultado, além de me tornar mais íntimo das cidades israelenses, foi uma dor muito forte no joelho direito. Já venho sentindo isso há duas semanas, pelo menos.
Hoje resolvi cuidar do assunto. Munido da papelada do seguro (agora tenho um...) fui ao Ichilov, o mesmo hospital onde já estive no começo de janeiro. Escolhi esse hospital, já que posso me dar esse luxo, porque já o conhecia um pouco e porque sei de sua qualidade médica.
Cheguei e disse o que acontecia. Apresentei a apólice do seguro... A recepcionista telefonou para a seguradora e me passou o telefone. Do outro lado da linha uma sujeita me explicava, em inglês, que antes de ir ao hospital (onde eu afinal já estava) teria que passar por um médico, pagar 45 shekalim (quase 40 reais), e, só depois, se ele assim o recomendasse, voltar ao hospital. Ir direto a um hospital, explicava, só em caso de emergência...
Resolvi, então, aplicar uma lição que aprendi aqui em Israel: muitas coisas só se resolvem mesmo no grito. Eu perguntei a ela, também em inglês, como diferenciavam uma emergência de um caso corriqueiro. E expliquei que, já estando no hospital, não daria toda a volta burocrática para chegar ao mesmo lugar. "You tell me it's not an emergency because it's on my knee! If it were in your knee, you would consider it an emergency", disse...
Ela pediu um instante. Voltou, alguns longos minutos depois, dizendo que dessa vez, mas somente dessa vez, abriria uma exceção para mim. Ótimo. Esqueci então da falta de senso de humor do israelense e fiz uma piada: "espero que não haja próxima vez". Ela não entendeu. Mas eu também não quis explicar. Fui atendido em seguida... E não tenho nada!
As ruas por onde andei
Tem uma cena em Albergue espanhol (aquele filme que conta a minha história de vida...!) na qual Xavier, ao desembarcar em Barcelona e caminhar pelas ruas da cidade, comenta que aqueles caminhos confusos que ele está percorrendo perdido, carregando malas pesadas e com brilho no olhar, serão velhos conhecidos dele depois de algum tempo.
Sei bem do que ele fala. Quando cheguei pela primeira vez em Israel, também com minhas malas pesadas, tudo parecia um caos, com nomes de ruas que eu sequer entendia, sequer podia ler não fosse a transliteração... Hoje não vou dizer que sou um especialista nos caminhos de Tel Aviv ou de Jerusalém, por onde caminho mais. Mas de verdade sinto já que não sou mais "só um turista". De toda forma, o brilho no olhar continua. Mas isso, como uma amiga me disse outro dia, é porque sou muito sionista!
Mapa
Estou debruçado agora sobre um mapa em hebraico com as ruas e linhas de ônibus que circulam por Tel Aviv, tentando entender como vou daqui até um lugar no centro da cidade. Confesso que não é tarefa fácil!
Tem uma cena em Albergue espanhol (aquele filme que conta a minha história de vida...!) na qual Xavier, ao desembarcar em Barcelona e caminhar pelas ruas da cidade, comenta que aqueles caminhos confusos que ele está percorrendo perdido, carregando malas pesadas e com brilho no olhar, serão velhos conhecidos dele depois de algum tempo.
Sei bem do que ele fala. Quando cheguei pela primeira vez em Israel, também com minhas malas pesadas, tudo parecia um caos, com nomes de ruas que eu sequer entendia, sequer podia ler não fosse a transliteração... Hoje não vou dizer que sou um especialista nos caminhos de Tel Aviv ou de Jerusalém, por onde caminho mais. Mas de verdade sinto já que não sou mais "só um turista". De toda forma, o brilho no olhar continua. Mas isso, como uma amiga me disse outro dia, é porque sou muito sionista!
Mapa
Estou debruçado agora sobre um mapa em hebraico com as ruas e linhas de ônibus que circulam por Tel Aviv, tentando entender como vou daqui até um lugar no centro da cidade. Confesso que não é tarefa fácil!
1.2.04
Poliglota
Estive na Universidade de Haifa para averiguar (usa-se essa palavra em português?!) as possibilidades de ensino lá. E tive uma surpresa: entre os pré-requisitos para o curso que escolhi para o meu segundo título, para a pós, História do Oriente Médio, está saber, além do hebraico -língua oficial do material e das aulas- árabe, persa, turco e, caso eu decida defender uma tese, alemão e francês. E inglês, claro...
De duas uma: ou enlouqueço ou viro poliglota, como o papa!! Um sujeito israelense que estava por lá ouvindo o papo, e que estudou a mesma coisa que eu quero estudar, disse que ele levou dois anos para aprender árabe. Ele, que é israelense! Se for nesse ritmo, lá pelos 50 anos pode ser que eu esteja saindo da pós!
Teoria
Tenho uma teoria sobre idiomas, falando do tema: não se sabe de verdade um idioma até que se possa dizer duas frases muito simples nele, de sopetão, sem pensar muito, no meio da rua:
Seu cadarço está desamarrado.
Cuidado para não tropeçar!
Em quantos idiomas você pode dizer isso!?
Estive na Universidade de Haifa para averiguar (usa-se essa palavra em português?!) as possibilidades de ensino lá. E tive uma surpresa: entre os pré-requisitos para o curso que escolhi para o meu segundo título, para a pós, História do Oriente Médio, está saber, além do hebraico -língua oficial do material e das aulas- árabe, persa, turco e, caso eu decida defender uma tese, alemão e francês. E inglês, claro...
De duas uma: ou enlouqueço ou viro poliglota, como o papa!! Um sujeito israelense que estava por lá ouvindo o papo, e que estudou a mesma coisa que eu quero estudar, disse que ele levou dois anos para aprender árabe. Ele, que é israelense! Se for nesse ritmo, lá pelos 50 anos pode ser que eu esteja saindo da pós!
Teoria
Tenho uma teoria sobre idiomas, falando do tema: não se sabe de verdade um idioma até que se possa dizer duas frases muito simples nele, de sopetão, sem pensar muito, no meio da rua:
Cuidado para não tropeçar!
Em quantos idiomas você pode dizer isso!?
[sem acentos]
Nada do que foi...
Nao foi proposital, mas eu escutava Billie Holiday na estrada a caminho de Afula, como se fosse a trilha sonora de uma viagem ao passado. Quando cheguei ao kibutz, contudo, descobri que nao tinha voltado ao passado mas apenas a um lugar perdido em alguma epoca da minha vida -onde tudo ja estava completamente mudado...
Na volta achei mais adequado colocar no discman 10,000 Maniacs. Tinha mais a ver com o que eu tinha vivido e passado nos dois dias e meio que passei em En Dor, depois de quase um ano e meio desde aquela quinta-feira chuvosa quando me fui dali (depois de ter vivido la seis meses!).
Explico minha sensacao: quase tudo estava no seu lugar, mas nada nem ninguem era mais o mesmo. Triste. Posso dizer que certamente me arrependi de ter ido ao kibutz, amargamente -embora seja o arrependimento por algo que fiz -e nao que deixei de fazer...
Enfim, ja sai de la, com a sensacao de que ja nao quero mais voltar. Conversei com as pessoas que durante seis meses foram meus melhores amigos e me decepcionei em ver como eles estao passivos, so esperando a vida passar. E conversei com os chavrei kibutz, que estao desesperados com o futuro incerto que os espera.
En Dor, como qualquer outro kibutz sem grana de Israel, estah em uma crise que se nota de primeira olhada. Por isso tive a certeza, depois dessa visita, de que qualquer mudanca radical eh sempre para pior. O sonho acabou! A vida comunal do kibutz, que surgiu para proporcionar vida comunal, terminou...
Quem sabe isso nao se torne o tema de um artigo que eu escreva? Estou inspirado...
Pequenos prazeres -serie listening
Em que outro lugar do mundo, sem contar a Franca, talvez, se pode escutar musica francesa dos anos 1960, 1970, alem de Elvis Presley e Louis Armstrong, dentro de um onibus, senao em Israel? Entre a estacao central de Haifa e a Universidade de Haifa, de onde escrevo agora, essa foi a trilha sonora!
Nada do que foi...
Nao foi proposital, mas eu escutava Billie Holiday na estrada a caminho de Afula, como se fosse a trilha sonora de uma viagem ao passado. Quando cheguei ao kibutz, contudo, descobri que nao tinha voltado ao passado mas apenas a um lugar perdido em alguma epoca da minha vida -onde tudo ja estava completamente mudado...
Na volta achei mais adequado colocar no discman 10,000 Maniacs. Tinha mais a ver com o que eu tinha vivido e passado nos dois dias e meio que passei em En Dor, depois de quase um ano e meio desde aquela quinta-feira chuvosa quando me fui dali (depois de ter vivido la seis meses!).
Explico minha sensacao: quase tudo estava no seu lugar, mas nada nem ninguem era mais o mesmo. Triste. Posso dizer que certamente me arrependi de ter ido ao kibutz, amargamente -embora seja o arrependimento por algo que fiz -e nao que deixei de fazer...
Enfim, ja sai de la, com a sensacao de que ja nao quero mais voltar. Conversei com as pessoas que durante seis meses foram meus melhores amigos e me decepcionei em ver como eles estao passivos, so esperando a vida passar. E conversei com os chavrei kibutz, que estao desesperados com o futuro incerto que os espera.
En Dor, como qualquer outro kibutz sem grana de Israel, estah em uma crise que se nota de primeira olhada. Por isso tive a certeza, depois dessa visita, de que qualquer mudanca radical eh sempre para pior. O sonho acabou! A vida comunal do kibutz, que surgiu para proporcionar vida comunal, terminou...
Quem sabe isso nao se torne o tema de um artigo que eu escreva? Estou inspirado...
Pequenos prazeres -serie listening
Em que outro lugar do mundo, sem contar a Franca, talvez, se pode escutar musica francesa dos anos 1960, 1970, alem de Elvis Presley e Louis Armstrong, dentro de um onibus, senao em Israel? Entre a estacao central de Haifa e a Universidade de Haifa, de onde escrevo agora, essa foi a trilha sonora!
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