In loco
Já tinha visto A lista de Schindler no Brasil, logo do lançamento, quando eu era pequeno demais para ainda não dar lá muita importância para toda a temática do filme. Já se vão 11 anos! Lembro que alugamos a fita e a assistimos em casa, na casa da minha mãe, jogados no sofá e no tapete e comendo pipoca. Dormi em vários trechos, confesso. Nem me lembrava mais que o filme é em preto e branco.
Ontem, depois de cansar da internet, fui comer algo. Passei pela sala e o Nahum estava assistindo o filme. Era o último trecho, a partir do fim da guerra. Legendas em hebraico, desnecessárias em cenas como aquela na qual o rabino prepara a entrada do Shabat, acendendo as velas sob olhares tortos dos alemães. Ou a do kadish rezado pelos parentes sobreviventes. Fico arrepiado só de lembrar.
Assisti daquele ponto em diante, até o final. E chorei com Yerushalaim shel zahav sendo entoada enquanto os "judeus de Schindler" caminhavam sem rumo, depois da pergunta de um deles, diante de um alemão, de "para onde vamos agora?". Depois, já em cores, no cemitério onde Schindler está enterrado, aqui em Israel, as pedras sendo colocadas em seu túmulo pelos sobreviventes.
Dá uma outra sensação ver o filme aqui. Uma outra emoção. Fiquei pensando, entre lágrimas minhas e do Nahum, que soluçava sem querer me deixar perceber, que hoje podemos assistir a esse tipo de filme tranqüilos, de certa forma, de que aquilo não se repetirá. Tranqüilos de que temos um Estado forte para nos proteger e assegurar essa tranqüilidade.
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