A emoção da cidade que eu amo
Sexta-feira, aquela rotina de sempre: sair do trabalho às seis da manhã, caminhar até o shuk (mercado livre), passear por lá sentindo os cheiros, ouvindo os gritos em hebraico, provando os gostos. Depois, caminhar um pouco pela cidade, a cidade que eu escolhi, entre tantas outras menos perigosas e menos confusas, para morar. E voltar para casa, para descansar no único dia que eu posso fazer isso à noite, sem horário para acordar na manhã seguinte.
Mas hoje fugi da rotina. Meu pai e meu irmão estão aqui e fomos passear na linha 99, o ônibus turístico de dois andares que passa pelos principais pontos da cidade. Não bastasse a beleza de Jerusalém, as pedras brancas todas iguais que transpiram história, os locais cheios de emoção e significado, também as músicas no ônibus ajudam a emocionar. Arrancaram algumas lágrimas de emoção, sim.
Foi quando eu parei pra pensar que - porra! - estou aqui no meio disso que é o realizar do meu sonho! Estou nessa vida louca, tão louca que sobra pouco tempo para pensar. E lá no segundo andar do ônibus vermelho, ouvindo as músicas que cantam os encantos de Jerusalém, senti uma emoção forte, um nó na garganta, uma lágrima atrás da outra escapando do meu olhar emocionado.
É a emoção da cidade que eu amo - e que tinha esquecido que amo.
Shabat Shalom.
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