Retomada da zona
Voltou a pegar fogo a situação aqui no Oriente Médio, tanto no cenário político, como no militar. O Likud volta hoje à noite o destino do primeiro-ministro Ariel Sharon - querem antecipar as primárias do partido, uma demonstração da desconfiança do Likud com relação ao líder Sharon. Com os palestinos, depois de 40 foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza, Israel resolveu retaliar. Está aberta mais uma onda de violência... E eu contei tudo isso hoje da RFI.
Baseado em fatos reais...
Diretamente de 31.78/35.22, mais conhecida como Jerusalém, escrevo para quem quiser ler - um pouco da vida e do dia-a-dia de um sujeito perdido em Israel.
26.9.05
22.9.05
19.9.05
16.9.05
Manhã de sexta no Muro
Tem coisas que deixamos de fazer ao assumir rotinas. Quando turista, sempre que vinha pra Jerusalém ia antes de qualquer outro lugar para o Kotel, o Muro das Lamentações. Rezar. Pensar na vida. Fotografar. Reparar nas pessoas diferentes que passam. Ia sempre. Duas vezes no mesmo dia, até. E voltava no dia seguinte, apenas para ter estado.
Agora tenho uma vida em Jerusalém. Ônibus, horários, trabalho, agenda cheia, compromissos, contas para pagar. A Cidade Velha ficou deixada de lado, para quando não sobra coisa pra fazer. Virou um pedaço do panorama da cidade, ali no horizonte. Quase esquecido, não fosse sua imponência, com as muralhas de mil anos. O Kotel, lá dentro, lugar para ser visitado em ocasiões especiais, que nunca acontecem.
Pois hoje saí do trabalho - viva as sextas-feiras - e caminhei um bom trecho até a entrada da Cidade Velha. Esperei chegar uma amiga francesa religiosa, e tive tempo de fazer o que mais gosto aqui: observar, observar. Depois, caminhamos pelas ruelas que conheceram personagens importantes até o Kotel. Era bem cedo, as pessoas se reuniam ainda para a reza matinal - até perguntaram se eu queria tomar parte, mas recusei.
E lá no Muro, tefilin enrolado no braço e sobre a cabeça, rezando com a testa encostada na parede mais sagrada do judaísmo, reparei em um pai que trazia uma criança de colo. Ele não falou nada. Apenas se aproximou do Kotel. O bebê, chupeta na boca, estendeu o braço curto e com a mão tocou a pedra. Arrepiante. Saí satisfeito, fez meu dia. E fiquei esperando a minha amiga beata, bem mais observante que eu, ali, entregue à fé.
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo (AC)
Shabat Shalom.
Tem coisas que deixamos de fazer ao assumir rotinas. Quando turista, sempre que vinha pra Jerusalém ia antes de qualquer outro lugar para o Kotel, o Muro das Lamentações. Rezar. Pensar na vida. Fotografar. Reparar nas pessoas diferentes que passam. Ia sempre. Duas vezes no mesmo dia, até. E voltava no dia seguinte, apenas para ter estado.
Agora tenho uma vida em Jerusalém. Ônibus, horários, trabalho, agenda cheia, compromissos, contas para pagar. A Cidade Velha ficou deixada de lado, para quando não sobra coisa pra fazer. Virou um pedaço do panorama da cidade, ali no horizonte. Quase esquecido, não fosse sua imponência, com as muralhas de mil anos. O Kotel, lá dentro, lugar para ser visitado em ocasiões especiais, que nunca acontecem.
Pois hoje saí do trabalho - viva as sextas-feiras - e caminhei um bom trecho até a entrada da Cidade Velha. Esperei chegar uma amiga francesa religiosa, e tive tempo de fazer o que mais gosto aqui: observar, observar. Depois, caminhamos pelas ruelas que conheceram personagens importantes até o Kotel. Era bem cedo, as pessoas se reuniam ainda para a reza matinal - até perguntaram se eu queria tomar parte, mas recusei.
E lá no Muro, tefilin enrolado no braço e sobre a cabeça, rezando com a testa encostada na parede mais sagrada do judaísmo, reparei em um pai que trazia uma criança de colo. Ele não falou nada. Apenas se aproximou do Kotel. O bebê, chupeta na boca, estendeu o braço curto e com a mão tocou a pedra. Arrepiante. Saí satisfeito, fez meu dia. E fiquei esperando a minha amiga beata, bem mais observante que eu, ali, entregue à fé.
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo (AC)
Shabat Shalom.
9.9.05
A emoção da cidade que eu amo
Sexta-feira, aquela rotina de sempre: sair do trabalho às seis da manhã, caminhar até o shuk (mercado livre), passear por lá sentindo os cheiros, ouvindo os gritos em hebraico, provando os gostos. Depois, caminhar um pouco pela cidade, a cidade que eu escolhi, entre tantas outras menos perigosas e menos confusas, para morar. E voltar para casa, para descansar no único dia que eu posso fazer isso à noite, sem horário para acordar na manhã seguinte.
Mas hoje fugi da rotina. Meu pai e meu irmão estão aqui e fomos passear na linha 99, o ônibus turístico de dois andares que passa pelos principais pontos da cidade. Não bastasse a beleza de Jerusalém, as pedras brancas todas iguais que transpiram história, os locais cheios de emoção e significado, também as músicas no ônibus ajudam a emocionar. Arrancaram algumas lágrimas de emoção, sim.
Foi quando eu parei pra pensar que - porra! - estou aqui no meio disso que é o realizar do meu sonho! Estou nessa vida louca, tão louca que sobra pouco tempo para pensar. E lá no segundo andar do ônibus vermelho, ouvindo as músicas que cantam os encantos de Jerusalém, senti uma emoção forte, um nó na garganta, uma lágrima atrás da outra escapando do meu olhar emocionado.
É a emoção da cidade que eu amo - e que tinha esquecido que amo.
Shabat Shalom.
Sexta-feira, aquela rotina de sempre: sair do trabalho às seis da manhã, caminhar até o shuk (mercado livre), passear por lá sentindo os cheiros, ouvindo os gritos em hebraico, provando os gostos. Depois, caminhar um pouco pela cidade, a cidade que eu escolhi, entre tantas outras menos perigosas e menos confusas, para morar. E voltar para casa, para descansar no único dia que eu posso fazer isso à noite, sem horário para acordar na manhã seguinte.
Mas hoje fugi da rotina. Meu pai e meu irmão estão aqui e fomos passear na linha 99, o ônibus turístico de dois andares que passa pelos principais pontos da cidade. Não bastasse a beleza de Jerusalém, as pedras brancas todas iguais que transpiram história, os locais cheios de emoção e significado, também as músicas no ônibus ajudam a emocionar. Arrancaram algumas lágrimas de emoção, sim.
Foi quando eu parei pra pensar que - porra! - estou aqui no meio disso que é o realizar do meu sonho! Estou nessa vida louca, tão louca que sobra pouco tempo para pensar. E lá no segundo andar do ônibus vermelho, ouvindo as músicas que cantam os encantos de Jerusalém, senti uma emoção forte, um nó na garganta, uma lágrima atrás da outra escapando do meu olhar emocionado.
É a emoção da cidade que eu amo - e que tinha esquecido que amo.
Shabat Shalom.
7.9.05
Meu Brasil brasileiro
Sete de setembro, dia do meu Brasil brasileiro, dia de decisao importante, dia de pensar no Brasil (na familia e nos amigos, na comida, na musica, no clima maluco, no boteco da esquina, no pao na chapa com cortado, no pao de queijo, no pastel com caldo de cana, nos cheiros, no verde imenso, no portugues, na simpatia e hospitalidade...) e de parar de so pensar no Brasil. E dia de fechar a boca, porque sou desses que falam demais!
Aqui no Oriente Medio o dia vai so comecando, estou acabando um dia de trabalho e daqui a pouco saio para caminhar por Jerusalem, comer rolinhos de chocolate no shuk, tomar suco de cenoura com laranja feito na hora, cortar o cabelo conversando sobre politica, pegar onibus sem assaltos, ouvir conselho de quem nao conheco, pronunciar palavras arranhando a garganta, ver as manchetes dos jornais, pensar no caminho da paz, ler os cartazes politizados, falar e rir com amigos de todo o mundo e de todo o Brasil...
E' duro estar dividido.
Sete de setembro, dia do meu Brasil brasileiro, dia de decisao importante, dia de pensar no Brasil (na familia e nos amigos, na comida, na musica, no clima maluco, no boteco da esquina, no pao na chapa com cortado, no pao de queijo, no pastel com caldo de cana, nos cheiros, no verde imenso, no portugues, na simpatia e hospitalidade...) e de parar de so pensar no Brasil. E dia de fechar a boca, porque sou desses que falam demais!
Aqui no Oriente Medio o dia vai so comecando, estou acabando um dia de trabalho e daqui a pouco saio para caminhar por Jerusalem, comer rolinhos de chocolate no shuk, tomar suco de cenoura com laranja feito na hora, cortar o cabelo conversando sobre politica, pegar onibus sem assaltos, ouvir conselho de quem nao conheco, pronunciar palavras arranhando a garganta, ver as manchetes dos jornais, pensar no caminho da paz, ler os cartazes politizados, falar e rir com amigos de todo o mundo e de todo o Brasil...
E' duro estar dividido.
5.9.05
Babaca
De repente, passeando pelo Orkut, topo com esse babaca, que COPIOU o meu perfil! Fala sério! Meus amigos dizem que o cara só está tentando ser como eu, mas eu ainda acho que é falta de imaginação e do que fazer! Deixem comentários lá pra ele, quem sabe ele não muda o perfil!
De repente, passeando pelo Orkut, topo com esse babaca, que COPIOU o meu perfil! Fala sério! Meus amigos dizem que o cara só está tentando ser como eu, mas eu ainda acho que é falta de imaginação e do que fazer! Deixem comentários lá pra ele, quem sabe ele não muda o perfil!
4.9.05
Estréia
Meses atrasado, resolvi arriscar meu primeiro texto no delicioso Mondo Redondo, por onde vale a pena passear por horas entre as colaborações de gente tão diferente e tão parecida. Resolvi escrever sobre o que vejo aqui - mais do que conto no blog, porque no blog é tudo pessoal demais. E espero escrever por lá a cada duas semanas, sempre aos domingos. Acompanhem e preparem os tomates!
Meses atrasado, resolvi arriscar meu primeiro texto no delicioso Mondo Redondo, por onde vale a pena passear por horas entre as colaborações de gente tão diferente e tão parecida. Resolvi escrever sobre o que vejo aqui - mais do que conto no blog, porque no blog é tudo pessoal demais. E espero escrever por lá a cada duas semanas, sempre aos domingos. Acompanhem e preparem os tomates!
3.9.05
Não vou me molhar
Agora chorar que é bom
Chorar que eu quero ver...
Vai começar a chover.
Só eu tenho o guarda-chuva,
Adivinha quem vai se molhar...
Quem vai se molhar é você!
Também pode chorar que eu não volto atrás,
Pois no meu guarda-chuva não te levo mais
(Funk como le gusta, Meu guarda-chuva)
Depois que vi metade de Bossa Nova hoje na TV daqui, com tomadas lindas do Rio de Janeiro, música do Tom Jobim e português, deu mais saudade do Brasil. Falta um ano para aparecer por aí!
Agora chorar que é bom
Chorar que eu quero ver...
Vai começar a chover.
Só eu tenho o guarda-chuva,
Adivinha quem vai se molhar...
Quem vai se molhar é você!
Também pode chorar que eu não volto atrás,
Pois no meu guarda-chuva não te levo mais
(Funk como le gusta, Meu guarda-chuva)
Depois que vi metade de Bossa Nova hoje na TV daqui, com tomadas lindas do Rio de Janeiro, música do Tom Jobim e português, deu mais saudade do Brasil. Falta um ano para aparecer por aí!
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