14.11.05

Um ato, dez anos, duas semanas, um trabalho
Quem nao se lembrou, antes de ler ou de ouvir na imprensa, que o Arafat bateu as botas militares dele faz um ano, nao deve se culpar. Por aqui, diferente do que se esperava, a repercussao foi quase nula. Comentou-se em poucas linhas e com raros minutos na televisao sobre a comemoracao (!) do primeiro ano sem o terrorista-mor da AP. A verdade eh que nada mudou desde entao!

Os dez anos desde o assassinato do Rabin, contudo, nao passaram em brancas nuvens. Teve um ato, que foi gigante. Adiado em uma semana porque o Clinton queria participar. Participou, falou bonito e tem causado congestionamentos do tamanho de sua importancia para Israel aqui em Jerusalem, onde estah hospedado antes de seguir viagem para outros paises do Oriente Medio.

Fui no ato do Rabin, em Tel Aviv. Foi emocionante, sim. Uma multidao. Quando a praca foi ficando cheia, abarrotada, me lembrei das imagens que vi ha dez anos pela TV, quando ainda tinha 16 e nao entendia muito bem isso tudo: as faixas, os cartazes, as pessoas. Depois, as cancoes, os discursos...

So que dez anos depois, na mesma praca, as mesmas faixas e os cartazes com dizeres bem parecidos, a gente relembrou a morte do cara que deu o tom de esperanca naquele ato de novembro de 1995. Minha sensacao eu ja contei no flog - a morte do idealismo... Foi por acaso que vi o bate-boca entre os "do contra" e os jovens que nem tinham nascido dez anos atras.

Quem estava por dentro do que se passava aqui ha dez anos sabe e disse que nada mudou. O Clinton disse que o Rabin, se vivo hoje, acharia a mesma coisa. Muita coisa mudou (para pior) mas nada mudou. E fiquei com a sensacao de que nada mudou depois de ver Paradise Now e conversar com um dos atores. Terrorista no filme, nao titubeou ao me dizer que se pudesse, faria o mesmo fora da tela.

Disse que ia mudar de vida e mudei! Estou na segunda semana de trabalho e amando! Ja estamos no ar desde ontem. Podem conferir, no servico em espanhol...