30.11.05

Qualquer semelhança é mera coincidência
Traficantes explodem ônibus no Rio, morreram 5 pessoas 09:15 5 pessoas morreram carbonizadas no final desta noite na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, depois que um ônibus foi incendiado por traficantes e explodiu. Entre as vítimas estao 1 criança de 2 anos e sua mae. Segundo a polícia, o ônibus foi incendiado com coquetéis Molotov lançados por um grupo de 10 homens, que seriam de uma favela da regiao. Em seguida, o ônibus explodiu com vários passageiros a bordo - "As pessoas ficaram desesperadas, tentavam escapar pela janela, mas o ônibus explodiu com muita gente dentro, foi uma grande tragédia. Parecia aquelas guerras que a gente vê lá fora", disse uma passageira em depoimento a Reuters. 30/11 Blue Bus

Não acreditei quando li. Ainda acham que morar no Brasil é melhor do que morar aqui?

23.11.05

Vento norte....
Patético demais pra ser verdade, mas é verdade. Um cara israelense da minha idade voou em um pára-quedas hoje no norte do país (onde, há dois dias, o Hizbolah e o Exército entraram em pesados confrontos, obrigando as populacoes das cidades próximas a se meter nos abrigos anti-bomba) e caiu 50 metros pra lá da fronteira, em território libanes. Nao fosse a acao dos soldados israelenses, a história dele poderia ser trágica. Mas é patética, embora verdadeira.

Para ler a respeito, em ingles: Haaretz, Jerusalem Post, Yediot Acharonot.

21.11.05

Reviravolta política
Está um caos a política em Israel com a saída do Sharon do Likud, o partido que ajudou a fundar. O primeiro-ministro vai criar outra legenda, cujo nome é bem sugestivo: Responsabilidade Nacional. Falei a respeito na edicao matutina de hoje da RFI, a partir do 5'18.

20.11.05

Umas linhas durante o intervalo
Do excelente Jeremy, amigo meu de outras epocas, la dos EUA, que agora (e desde julho do ano passado, como eu) vive em Israel:

What if Israel was one big Jewish prison? Can?t you just imagine that?

A Jew from the States lives in Israel a few years, comes back to his local synagogue, and someone asks him 'Where've you been all this time?' And then the guy would say, 'Doin' time in Israel.' Sympathetically, the questioner would say, 'What'd they get you for?' And the guy would then say, 'Aliya'.

Ha ha HA.


Pior eh que ele tem razao ao fazer a comparacao! De vez em quando da pra se sentir meio numa prisao aqui. Em janeiro, quando eu voltar pro Brasil, vou contar por ai como tem sido a minha sentenca!

Noticias do dia que valem duas linhas:

Index ranks Middle East freedom, da BBC, comentando que Israel ficou em primeiro lugar entre os paises do Oriente Medio no quesito "liberdade". O Libano, ha, vem logo atras...

E, do Jerusalem Post, The First Word: A miscarriage of justice analise, mais que noticia, sobre o rolo do Jonathan Pollard, o americano que espionou para Israel e passou pra ca informacoes confidenciais sobre os inimigos arabes do Estado judeu - e que, por causa disso, estah preso ha vinte anos.

Ainda do Jeremy: You know you've been in Israel for too long a stretch of time when you look forward to going on vacation to an Arab country that more than once tried to destroy Israel.

14.11.05

Um ato, dez anos, duas semanas, um trabalho
Quem nao se lembrou, antes de ler ou de ouvir na imprensa, que o Arafat bateu as botas militares dele faz um ano, nao deve se culpar. Por aqui, diferente do que se esperava, a repercussao foi quase nula. Comentou-se em poucas linhas e com raros minutos na televisao sobre a comemoracao (!) do primeiro ano sem o terrorista-mor da AP. A verdade eh que nada mudou desde entao!

Os dez anos desde o assassinato do Rabin, contudo, nao passaram em brancas nuvens. Teve um ato, que foi gigante. Adiado em uma semana porque o Clinton queria participar. Participou, falou bonito e tem causado congestionamentos do tamanho de sua importancia para Israel aqui em Jerusalem, onde estah hospedado antes de seguir viagem para outros paises do Oriente Medio.

Fui no ato do Rabin, em Tel Aviv. Foi emocionante, sim. Uma multidao. Quando a praca foi ficando cheia, abarrotada, me lembrei das imagens que vi ha dez anos pela TV, quando ainda tinha 16 e nao entendia muito bem isso tudo: as faixas, os cartazes, as pessoas. Depois, as cancoes, os discursos...

So que dez anos depois, na mesma praca, as mesmas faixas e os cartazes com dizeres bem parecidos, a gente relembrou a morte do cara que deu o tom de esperanca naquele ato de novembro de 1995. Minha sensacao eu ja contei no flog - a morte do idealismo... Foi por acaso que vi o bate-boca entre os "do contra" e os jovens que nem tinham nascido dez anos atras.

Quem estava por dentro do que se passava aqui ha dez anos sabe e disse que nada mudou. O Clinton disse que o Rabin, se vivo hoje, acharia a mesma coisa. Muita coisa mudou (para pior) mas nada mudou. E fiquei com a sensacao de que nada mudou depois de ver Paradise Now e conversar com um dos atores. Terrorista no filme, nao titubeou ao me dizer que se pudesse, faria o mesmo fora da tela.

Disse que ia mudar de vida e mudei! Estou na segunda semana de trabalho e amando! Ja estamos no ar desde ontem. Podem conferir, no servico em espanhol...

6.11.05

Ferias? Bem... Quase isso
O Fabio, que comentou no ultimo post, estah coberto de razao. Alias, duplamente coberto de razao, porque ele contastou, "com todo o respeito", que meus textos ja foram melhores e porque ele acha que eu preciso "relaxar um pouco, talvez tirar umas ferias..."

Cara, voce nao colocou o ovo de pe, mas estah certissimo. Quem trabalha durante seis longos meses durante a madrugada, seis dias por semana, ligando para casas nos EUA para fazer pesquisas sobre listas telefonicas, com um fone preso ao ouvido durante sete horas noturnas nao pode ser feliz!

E nao eh a toa que as pessoas tem dito, recentemente, que eu pareco meio tristao, meio depre. Eu devo estar parecendo um velho (e nao so pela dor que sinto nas costas, que me deixou uma semana de molho!), com olhos se escondendo atras das olheiras. Ta. Entendam, por favor. Estou estressado. Males da modernidade.

Mas, isso tem data para acabar. Na verdade, faltam longos 58 minutos para colocar o ponto final nessa historia. Vou deixar o telemarketing e voltar a ser jornalista, em uma empresa cujo escritorio, aqui em Jerusalem, fica ao lado do QG da Al Jazeera, a TV arabe.

Ainda vou fazer aquele misterio para contar onde vai ser, porque a parte da qual vou cuidar, um dos quatro idiomas (arabe, espanhol, frances e ingles) para o qual o material vai ser traduzido a partir do hebraico, vai demorar um pouco para inaugurar. Mas eu conto.

Por enquanto, peco desculpas ao Fabio que disse e aos que nao disseram que meu blog e meus escritos estao decadentes. Vou tentar, mudando de vida, de horarios, de profissao e de ares, me inspirar em coisas mais divertidas do que a quantidade de listas telefonicas que os americanos tem ou de anos que eles estudaram.

Aguardem!