"Samba" de uma nota só
Em que outro lugar você adormece dentro do ônibus e uma velhinha de setenta e muitos anos te pergunta, preocupada para você não perder seu ponto, onde vai descer? Ou o motorista que, perto de chegar na parada final, percebe que só você ficou no ônibus, adormecido, te acorda e pergunta onde você vai descer, para cuidar de parar e deixá-lo lá? Não sei se em muitos lugares, mas com certeza em Israel, que hoje começa as comemorações em lembrança dos caídos nas guerras e pelos seus 57 anos independente, sim. E eu ando dormindo nos ônibus porque estou cansado, virando o dia, às vezes passando jornadas inteiras sem dormir - como hoje, e estou esgotado. Se está valendo a pena? Não sei! No dia 5 do mês que vem, dia de receber, talvez eu obtenha uma resposta. Ou em duas semanas, quando eu fizer a minha prova de meio de curso de hebraico... E se não bastasse o trabalho cansativo, a total falta de chance de ir ao jornal dar as caras e os estudos que me consomem, as minhas shutafot ainda fazem problema... Querem que eu ajude a pagar uma conta feita por uma garota que vivia lá antes de mim, que eu nem conheci e que, coisas da vida, voltou para o Uruguai, de onde veio. Deixando dívidas, claro. Muitas dívidas... Não vou pagar. Nem que a casa caia. E vai cair. Mas eu certamente não estarei lá, provavelmente vou estar no trabalho ligando para os EUA para perguntar como as pessoas usam as listas telefônicas ou no college, tentando aprender a ilógica lógica do idioma da Torá. A verdade é que eu já não estou nem aí... A cidade está enfeitada de azul e branco, por todos os lados, e eu também quero comemorar. E descansar. E acabar a minha matéria sobre Gush Katif, que consumiu mais de mês e meio de pesquisas, entrevistas e uma viagem para os assentamentos que serão desanexados no verao israelense. A matéria sai no Brasil. E, com sorte, aqui. Até lá, espero, já vou estar acostumado com os horários malucos, com acordar às oito da noite para um banho e café rapidos antes de sair, com dormir às 3 da tarde depois da aula e virar madrugadas no telefone. Dizem que vida de olê chadash é difícil. Dizem que eu ainda não vi nada. Chag sameach.
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