28.2.05

O fazer blog
Permita-me, caro leitor, fazer um post metalingüístico! Quero escrever sobre como é escrever um blog. Tem gente que não sabe que fazer blog, o que muitos acham que é bobagem, requer tempo. Não apenas o tempo de sentar e espancar o teclado, produzindo posts que emocionam, fazem rir, dão o recado, mas o tempo de pensar neles.

Confesso, caro leitor, que tenho o vício de pensar no meu blog o dia todo. Cada situação que ocorre na minha vida, no trabalho, nos estudos, andando na rua, sentado no banheiro, tomando uma ducha, batendo um papo etc, eu enxergo com outros olhos: os olhos do blogueiro!

Ontem, por exemplo, limpando uma mesa onde duas judias ortodoxas conversavam, não pude deixar de prestar atenção no papo. Elas não sabiam que eu, por acaso, entendo espanhol como se fosse português. Eu não contei pra elas. E flagrei duas judias ortodoxas de peruca e vestido comprido contando das calcinhas que estavam usando...! Foi hilário.

Mais hilário, contudo, naquele mesmo momento, esfregando a mesa como se eu fosse uma mosquinha ouvindo um diálogo que não deveria ouvir, foi imaginar isso transformado no que eu acabei de escrever, nessas seis linhas aí! Tive que segurar para não rir, sério!

Fazer blog é delicioso. Mas o blog não é um espelho da alma, não! Tem gente que pensa que conto tudo aqui! Engano redondo... E, daí, quem lê o blog, o que escrevo, o que confesso (e confesso muita coisa por aqui), o que denuncio, o que conto, não necessariamente me conhece. Tá?

Bom, sete da manhã no Oriente Médio. Hora de sair para estudar.

27.2.05

De volta, mas correndo

"The calm period with the [Palestinian] Authority was
an agreement for a month and that has ended"
Abu Tareq, member of Islamic Jihad's
Damascus-based political bureau

Estou de passagem, aproveitando que hoje de manhã não tenho aula. Triste e decepcionado com o atentado da última sexta-feira, cansado pelo acúmulo de estudo e pelas oito horas diárias de trabalho, ansioso pela chegada da próxima sexta-feira. E com muito para contar, mas pouco tempo para fazê-lo. Volto em breve com novidades!

22.2.05

Esqueceram de mim
Lembram do título original do filme que lançou o Macaulay Culkin? Era Home alone! Pois é exatamente assim, home alone, que vou ficar a partir da próxima segunda-feira. É que as minhas três shutafot, todas elas, vão para a Argentina. Na verdade só duas iam, mas a terceira ganhou a passagem do pai e vai para o casamento de uma amiga. Fica um mês. As outras duas, 45 dias.

Mas, com oito dias faltando para a chegada do meu amor, eu só vou ficar home alone durante a semana que vem. Vai ser o tempo de faxinar a casa, fazer as compras do mês, lavar a roupa acumulada, preparar tudo! E arrumar desculpas para faltar no trabalho - afinal, quase oito meses se passaram desde que eu saí do Brasil!

20.2.05

Começou!



O Taka, tochnit kdam academait, começou... Agora, fim da farra! Aulas todos os dias: hebraico, estatística, inglês, computação... Provas, estudar...

Glossário
Tochnit é "programa". Kdam, "pré". Academait, "acadêmico". Taka, então, é a abreviatura de "programa preparatório acadêmico", algo assim. Pro inglês, traduzem como pre-academic program Dá no mesmo, não dá?!

19.2.05

Instantes, os seus e os meus
Queria contar quem foi o personagem Aroma do dia, do primeiro sábado de trabalho. Queria contar da menina árabe que me desmontou. Queria falar da emoção que senti quando uma avó me pediu para dizer ao neto que tomasse o leite, como a minha avó fazia comigo. Queria dizer que meu pai veio conhecer minha casa, depois de dois meses, e passou o Shabat aqui. Queria contar tanta coisa de hoje.

Mas não vou contar nada. Vou apenas publicar uma poesia, de Pessoa. E dizer mais nada. Pra bom entendedor, meia dúzia de palavras bem encaixadas basta. Tem Instantes que me deixam arrepiado.

Boa semana. Amanhã volto aos estudos! Hebraico na veia!

Se recordo quem fui, outrem me vejo,
E o passado é o presente na lembrança.
Quem fui é alguém que amo
Porém somente em sonho.
E a saudade que me aflige a mente
Não é de mim nem do passado visto,
Senão de quem habito
Por trás dos olhos cegos.
Nada, senão o instante, me conhece.
Minha mesma lembrança é nada, e sinto
Que quem sou e quem fui
São sonhos diferentes.

17.2.05

Devagar, devagar, devagarinho
Tem uma coisa que todo israelense devia saber: não há nada melhor para um ole chadash do que ouvir que o hebraico dele está melhorando. Hoje foi dia de reencontro lá no Aroma com pessoas com quem trabalhei há alguns meses, uma delas quando eu nem conseguia falar ivrit e acabava só usando inglês, mesmo. E ela disse: "seu hebraico melhorou muito!" Ganhei o dia.

Pudera... Estou aqui há sete meses e meio (completo "meio" no domingo, meu primeiro dia de aula, de novo!), trabalho com israelenses e procuro falar o quanto posso, embora more com três argentinas e em casa o espanhol seja oficial. Tenho alguns amigos israelenses, com quem só falo, ainda que errando, hebraico. Se, com tudo isso, eu não melhorar, então como?!

Mas não tem forma melhor de comprovar a hitcadmut do idioma do que brigando! Hoje briguei em hebraico, pra receber uma grana que um hotel me deve há um tempo... Briguei mesmo, impondo a voz e tudo! Saí sem o cheque, mas me comuniquei! Dei o recado. Pela primeira vez, acho, usei a palavra pitaron, solução!

E trabalhei pacas no Aroma hoje! Pacas. Quinta-feira só não é pior que sexta, e amanhã trabalho de novo, de manhã, até começar o shabat. Muita gente, muito barulho, muita mesa pra limpar... Teve até um artista que resolveu pintar a mesa com tinta, só pra me dar mais trabalho. Super legal ele.

E, enquanto esfregava o pano pra tirar as manchas do infeliz, escolhi o personagem Aroma do dia: na mesa ao lado, três pessoas, dois caras e uma mulher. Trinta e poucos anos, cada um. A moçona ameaçando o moção de jogar o celular dele do alto do terceiro andar do shopping; o moção, de jogar uma nota de NIS 50 (uns onze dólares) lá pra baixo. Não pude conter a risada. Eles perceberam e o terceiro comentou: "isso porque eles vão se casar mês que vem..." Ganhou o troféu o cara, pelo "humor"!

Chega, cama!

Em tempo: o 23a. idade passou por uma reforma, para quem não reparou. Links defuntos foram devidamente enterrados, com todas as honras, voltei a colocar meu livro de cabeceira, reduzi o número de posts na página inicial e embarquei em uma campanha, lá quase no rodapé, pela saída já de Gaza. Se alguém reparar em um link quebrado ou algo que precise ser arrumado, é favor avisar!

Glossário
Olê chadash, literalmente "aquele que sobre" + "novo", é como chamam por aqui os imigrantes, as pessoas corajosas que fazem aliah, "subida", em referência à ascenção espiritual em direção a Israel. Uma vez discutimos em sala, no ulpan, se olê e imigrante são a mesma coisa. Embora o significado da palavra seja sim o mesmo, a simbologia é toda outra. E, acabei de descobrir, olê também significa "peregrino"!


Ivrit é ivrit em ivrit! Portuguezit é portuguezit em ivrit... Sacou?

Hitcadmut, que vem de lehitcadem, avançar, é avanço. Lento, mas avanço! Aliás, o hebraico é tão legal que tem uma palavra especial para designar "avanço lento": histarchut. É o meu caso, não restam dúvidas!

Ulpan, que também significa "estúdio" (de TV, esse mesmo!), é onde os olim chadashim (plural de olê chadash) estudam em forma intensiva o idioma, ao chegar ao país, geralmente!

16.2.05

O de sempre?
O personagem Aroma do dia, ontem, foi um simpático casal de velhinhos. Chegaram cedo, sentaram em uma mesa de canto, tranqüilos. Ela se pôs a bordar; ele a fazer palavras-cruzadas em hebraico. E tomando café Aroma, claro. Quando eles chegaram e ele foi fazer o pedido, perguntou pra ela o que ia querer. Ela disse algo em um murmúrio e ele captou, respondendo: "Ah, o de sempre, né?" Adoro essa coisa de cumplicidade entre os casais, raramente vistas entre os mais novos na idade e no tempo de relacionamento.

Hoje fiz algo que há muito não fazia: comprei uma baguete no supermercado e fui comendo no caminho, como quando era criança e minha mãe fazia compras de mês no Carrefour. Dentro do carro, na volta, o cheiro do pão quentinho era irresistível. Raramente as baguetes chegavam inteiras em casa. De fato, só as migalhas! Hoje caminhei uns cinco quilômetros comendo a baguete - não tenho carro, já sabemos!

Mas o que me irritou muito foi a chutzpá da russa que trabalha no caixa do supermercado onde comprei, além da baguete, algumas das dicas de vocês no post anterior. Enquanto eu embalava as compras, o sujeito que vinha atrás na fila perguntou se ela falava inglês. Ela respondeu, em hebraico, que "estamos em Israel, aqui não se fala inglês". Não resisti e disse ao cara, em inglês: "ela quer dizer que aqui se fala russo, nem inglês, nem hebraico"! Eize chutzpanit!

Glossário
Chutzpá pode ser trazudida por uma palavra bem precisa no português: atrevimento. E chutzpanit é "insolente", no feminino - a pessoa que tem a chutzpá de dizer coisas como as que aquela sujeitinha disse! Eize chutzpanit significa, simplesmente, "que insolente"!

14.2.05

Omelete
Viver sozinho nem é assim tão complicado. Mas é repetitivo. Por um mês comi malawach (uma massa folhada que pode ser recheada ou coberta com qualquer coisa, doce ou salgada) e salada de atum. Estou na fase das omeletes. E a verdade é que a cada dia elas estão saindo mais gostosas (depende não apenas do meu talento, mas do que eu encontro entre as teias de aranha da geladeira!).

O negócio é que eu não agüento mais comer ovo!!!

Alguma sugestão de cardápio fácil, barato e rápido?

13.2.05

Para ler e pensar
Criei um blog há muito tempo, no ano passado, que estava parado. Esses dias voltei a atualizá-lo, com outra proposta: a de reunir textos que diariamente leio sobre o conflito israelo-palestino. Com isso, divido com vocês as minhas leituras. O site é o olhossobreisrael.blogspot.com. Quem se interessar pode também colaborar, mandando por email o link dos artigos que leu e achou interessantes.

12.2.05

Consternado, mas pra quê?
Sábado foi dia de lavar a roupa acumulada, muita roupa. Já são quase 2 da manhã do domingo (dia útil aqui!) e daqui a pouco vou estender a terceira leva! São os ossos do ofício de morar sozinho. Há vantagens, muitas, porém!

Sábado também foi dia de ficar indignado, consternado. Dia de ler os emails que durante a semana ficam negritados na caixa de entrada e de engolir a seco com o que se depara. Deparei hoje com ameaças anti-semitas, não a mim, mas a pessoas na pacífica América do Sul.

Ontem, com uma amiga francesa minutos antes de assistir ao filme (também francês) Madame Bovari, discutíamos sobre violência e sobre anti-semitismo cá e lá - no meu Brasil e na França dela. E eu disse, embotado de razão, que no Brasil não tem lá muito dessas coisas.

Tem, sim. E na Argentina também. Não é o anti-semitismo de violência física das ruas de Paris ou de Lion, mas o verbal, ou por escrito, que ameaça da mesma forma. Gente que pensa com o cérebro dos nazistas dos anos 1930. Hoje. Gente que precisa ser denunciada e punida.

Buenos Aires, 2005: a casa da artista Mariana Schapiro apareceu em uma manhã com a frase "Aquí vive una ¡judía! No la queremos en el barrio" rabiscada na parede. Ela tirou foto, posou ao lado com olhar de indignação e choro, e divulgou a imagem. O jornal argentino Pagina/12 publicou uma nota a respeito. E a foto.

Rio de Janeiro, 2005: voltando de "uma noite inesquecível no Centro Cultural Sacrilégio ali na Lapa", como escreveu, o psicanalista e auto-definido "pensador judeu" Paulo Blank ouviu em um restaurante "verdadeiras aulas de neonazismo em voz alta". Interferiu e escreveu a respeito, porque é colaborador do Jornal do Brasil. Mas não sabia se deveria publicar o texto. Tinha medo. Publicou, assim mesmo.

Tenho que rever meus conceitos. Ou então é mesmo um absurdo não ver a riqueza na diferença. A frase não é minha, é da Sof. Mas é perfeita demais pra não entrar aqui.

9.2.05

Eu nas estatísticas
O Escritório Central de Estatísticas de Israel divulgou esses dias alguns números sobre a vida por aqui. Agora que sou um israelense e faço parte das estatísticas (seja para engrossar alguns dados, seja para ficar fora de outros!), posso contar a vocês um pouco de como ajudei a formar os números a seguir.

De acordo com o estudo, 99,8% do povo aqui têm geladeira, e eu faço parte dessa galera (a geladeira e a maioria das coisas que vêm a seguir não são exatamente minhas, mas não importa, tem em casa!).

Televisão 91,3% têm. Aqui também tem, embora a TV não tenha muito minha audiência - só ligo pra rodar entre a CNN, a BBC e os canais locais de notícias e pra descobrir se naquela hora (geralmente a hora em que cozinho e como) passa algum bom filme.

Aqui em casa tem linha fixa de telefone, o que em Israel não é nenhum luxo. Tanto que 89% dos israelenses tem pelo menos uma linha. Celular, claro, é artigo obrigatório na mão de qualquer um por aqui, mas só 81% têm (eu acho que as crianças com menos de sete anos somam os 19% restantes!!!).

Luxo mesmo é ter microondas, coisa que 75% da população de Israel tem. Eu não. Nem em casa. Temos um forninho que quebra o galho e faz uma sujeirada enorme. E luxo, mesmo, é ser dono do teto debaixo do qual se mora - 70% são, eu não! Sou inquilino, como 25% dos israelenses.

Diferente de mim, e das minhas shutafot, 61% das famílias israelenses têm ar condicionado. No frio não importa, mas certamente quando julho e o verão chegarem vou sentir o que significa não fazer parte dos outros trinta e nove!

Vamos a um número do qual certamente vai demorar para eu me livrar. Aqui 57% têm pelo menos um carro e 13%, dois ou mais... Eu ando de ônibus! E, a partir de março, vou ter um cartão que me permite andar o quanto quiser pagando um valor único bem menor do que a soma de duas viagens por dias todos os dias. Carro? Digamos que não tão cedo!

Desses números, de todos eles, faço parte: 55% têm vídeo e 18%, DVD (mas, a exemplo da TV, não uso nem um, nem outro!), também 55% são felizes donos de computadores e 31% assinam algum serviço de internet. Ainda bem. Senão, como é que eu ia contar todas essas coisas por aqui?

8.2.05

Por aqui
Vim para Israel por sionismo. Porque amo de verdade esse país e sei que aqui é o meu lugar. É verdade que descobri esse sentimento tarde, aos 23 anos, quando visitei pela primeira vez Israel. E é verdade que outros fatores colaboraram. Como bem definiu um amigo chileno, colega de profissão, a decisão da aliah a gente toma num momento em que falta um parafuso. Só pode ser! Sorte que em um momento me faltou um parafuso...

E hoje é dia histórico para o Oriente Médio, dia de encontro entre o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon e o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, no paraíso egípcio de Sharm el-Sheikh. Os dados, de novo, estão rolando. Palestinos e israelenses devem declarar um cessar-fogo hoje.

E amanheceu nevando aqui, finalmente depois de tantas previsões. Minha shutafá até me acordou para ver a neve! Mas não havia neve, mais. Foi tão pouco que nem deixou a rua branca, nada. Esperamos neve de verdade (minha primeira aqui!) à noite. Por enquanto, só chuva. E muito frio.

6.2.05

Efshar lefanot?
Primeiro dia de trabalho em lugar novo não é fácil. Todo o contrário! Não sabia onde ficam as coisas, fiz mil vezes a mesma pergunta (e paciência de israelense não é igual à de brasileiro!), me perdi em um espaço de dez metros quadrados entre tantos armários... Mas, aos poucos, ao longo de oito horas de trabalho, aprendi, me acostumei, fiz novos amigos e, no final das contas, até me diverti!

Trabalhar como garçom (não é exatamente esse meu tafkid, já que não sirvo ninguém, ou pelo menos não tenho que servir!) é no mínimo interessante. Especialmente se o trabalho é dentro de um kenion, como no meu caso. Todo tipo de pessoa passa e senta nas mesas espalhadas pelos corredores paralelos diante do café. Ao limpar uma mesa ouvi três caras comentando que se a situação política de Israel melhorar, os problemas do país estarão resolvidos...

Em outra mesa, duas senhoras e duas moças bem mais novas falavam, em espanhol, das desaventuras do romance de alguém. Mãe e filha, aparentemente, brigavam no outro lado do corredor por algo que não consegui entender... O trabalho no Aroma com certeza vai ser recheado de personagens. Por isso, nada melhor que resumir meus dias de trabalho homenageando, a cada mishmeret, algum deles!

Personagem do dia
O personagem do primeiro dia de trabalho é um grupo de personagens: meia dúzia de velhinhos que se sentaram em duas das mesas do Aroma e ficaram por lá pelo menos durante três horas. Fazendo o quê? Bem, tomando café Aroma e discutindo política... A cada vez que eu passava pelas mesas em que estavam - e eu passei muitas vezes durante o longo tempo em que lá estiveram - um tema estava em pauta na roda. Dei muita risada com a cena e com o bom humor dos senhores de boinas...

PS.: hoje estive em Tel Aviv, para a abertura do curso de liderança que comecei a fazer. Esse post foi produzido dentro da van que me trouxe de Sin City pra casa. Um viva à tecnologia!

Glossário
Efshar lefanot?, que dá título a este post, é a expressão que eu mais usei durante o dia (e a que mais vou usar, provavelmente, enquanto estiver trabalhando onde estou). Significa "posso limpar?" Como foi quase a única coisa que fiz hoje (também cortei pepinos e pimentões e abri latas de atum!), repeti a frase dezenas de vezes. Nem sempre a resposta era "ken", "sim". E, quando não era o caso, de vez em quando o "lo", "não", vinha acompanhado de uma grosseria a moda Israel.

Tafkid é função, cargo. O meu não é de garçom porque o serviço no Aroma é o que se chama aqui de sherut atzmi - o que no Brasil a gente conhece por self-service, mesmo! Cada um pega e leva o seu prato pra mesa que escolhe. O meu papel lá é deixar as mesas limpas pra quem vem depois. Nada que exija muitos neurônios, eu sei, mas é divertido. E paga bem, obrigado.

Kenion vem de "liknot", comprar! Em resumo, é o paraíso dos consumistas, o shopping center. O kenion no qual trabalho, o Malcha, não é o maior de Israel. Mas é o maior da capital de Israel! Fica cheio durante a semana e abarrotado (não é exagero) quando o Shabat acaba, na noite de sábado.

Mishmeret é turno, plantão. No Aroma as mishmarot (o plural) são de oito horas, como na maioria dos lugares em que se trabalha com músculos e não com o cérebro em Israel. A mishmeret boker (manhã) vai das 7h30 às 15h30 e a mishmeret erev (noite) se estende entre 15h e 23h. Hoje trabalhei de manhã; amanhã, à noite.

Sin City é como eu chamo Tel Aviv. Afinal se Jerusalém é a cidade santa, a cidade da paz, que melhor nome pode levar sua irmã litorânea que "cidade do pecado"?

4.2.05

Falta do que fazer
Se você também está sem o que fazer, entra aqui e faz o teste: nos meus 26 anos, você me conhece? Doces para as melhores pontuações!

E Shabat Shalom, hoje é sexta-feira (quase sábado) aqui!
Vai um café?
Domingo que vem, diz 6 de fevereiro, vou completar sete meses em Israel. Não tem maneira melhor para comemorar do que acordando cedinho (6 e meia da madrugada!) para trabalhar (mentira, tem sim!). Depois de sete meses, finalmente meu primeiro trabalho fixo em Israel, no Aroma Expresso Bar. Querendo um cafezinho ou um sanduíche no capricho, é só passar por lá! Aroma do kenion Malcha!